Etnocentrismo,
relativismo cultural e multiculturalismo
MULTICULTURALISMO
O Multiculturalismo ou Relativismo Cultural é uma ideologia político-social
que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer
valorização moral e ética dos mesmos.
O relativismo cultural defende que o bem e omal, o certo e o errado, e outras categorias de valores são
relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é
"socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais
descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa
sociedade.
INTERCULTURALISMO
O interculturalismo é a integração de indivíduos e grupos étnicos
minoritários numa sociedade com uma cultura diferente. Assim, estas minorias
étnicas poderiam expressar e manter elementos distintivos da sua cultura
ancestral, especialmente em relação à língua e à religião.
Ex:A integração de estudantes africanos nas escolas portuguesas
prende-se diretamente com o conceito de interculturalismo
Podemos dizer que o interculturalismo defende a ausência de desvantagens
sociais e económicas ligadas a aspectos étnicos ou religiosos; a oportunidade
de participar nos processos políticos, sem obstáculos do racismo e da
discriminação e o envolvimento de grupos minoritários na formulação e expressão
da identidade nacional.
O modelo intercultural
afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem imposições.
O interculturalismo consiste em pensar que nós nos
enriquecemos através do conhecimento de outras culturas e dos contatos que
temos com elas e que desenvolvemos a nossa personalidade ao encontrá-las. As
pessoas diferentes deveriam poder viver juntas apesar de terem culturas
diferentes. O interculturalismo é a aceitação e o respeito pelas diferenças.
Crer no interculturalismo é crer que se pode aprender e enriquecer
através do encontro com outras culturas.
A ONU é uma
organização que integra pessoas de culturas diferentes, que lutam por um bem
comum, ajudando a integrar outras culturas noutras comunidades.
UNIDOS PARA UMA AÇÃO INTERCULTURAL
ETNOCENTRISMO
O etnocentrismo é a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo
social, que se considera o sistema de
referência, julga outros indivíduos ou grupos à luz dos seus próprios valores.
Pressupõe que o indivíduo, ou grupo de referência, se considere superior
àqueles que ele julga, e também que o indivíduo, ou grupo etnocêntrico, tenha
um conhecimento muito limitado dos outros, mesmo que viva na sua proximidade.
O termo etnocentrismo foi utilizado pela primeira vez em 1906,
e corresponde à atitude pela qual os hábitos ou comportamentos próprios são
acriticamente encarados como sendo indiscutivelmente superiores aos hábitos ou
comportamentos de outrem.
«É a atitude pela qual
um indivíduo ou um grupo toma como referência os valores partilhados no seu
próprio grupo, quando avalia os mais variados assuntos.
«É uma atitude que
encara o próprio grupo como se fosse o centro da realidade.
«O termo é
também utilizado para criticar os cientistas sociais que apresentam visões
acusadas de estreitas e preconceituosas acerca dos grupos ou sociedades
estudados.
EX: temos o regime Nazista, que acreditava na sua supremacia e que
deveria existir apenas uma única raça, a Ariana. As pessoas que não
correspondiam à definição da constituição física desta raça eram
executadas.
O etnocentrismo é
considerado um julgamento da cultura do “outro”, em que a nossa cultura é
tomada como única referência. Dessa forma negamos o “outro” muitas vezes sem
mesmo conhecer melhor a sua cultura, criamos assim uma imagem distorcida e
manipulada da realidade social e cultural. Quando nossas atitudes ou olhares
sobre o “outro” são caracterizados pelo etnocentrismo, a
nossa sociedade é representada como melhor e superior,
como modelo de cultura e civilização. Ao passo que a sociedade, a cultura, ou até mesmo o próprio
“outro” é considerado inferior, atrasado, selvagem. Isso lhe faz lembrar algo?
Alguma semelhança com o primeiro conta todos europeus com os povos da América?
Mas como falamos
anteriormente, não precisamos ir muito longe nem no tempo, nem no espaço; no
nosso dia-a-dia muitas vezes temos atitudes como estas diante de grupos com os
quais temos contato quase que diário negros, mulheres, homossexuais,
portadores de necessidades especiais, moradores de rua, idosos, acabam sendo
rotulados ou estereotipados por nós quando nos deparamos com
seu modo de ser e viver, eventualmente diferente do nosso. Ao transformarmos as
diferenças em obstáculos para nos aproximarmos ou nos relacionarmos com tais
pessoas e emitir juízo de valor sobre seu modo de ser e viver estamos tendo
atitudes etnocêntricas.
RELATIVISMO CULTURAL
Princípio que afirma
que todos os sistemas culturais são intrinsecamente iguais em valor, e que os
aspectos característicos de cada um têm de ser avaliados e explicados dentro do
contexto do sistema em que aparecem.
Ex: A comunidade Hippie é um exemplo de relativismo cultural, são
respeitados pela sociedade e respeitam-na, mas não vivem segundo os seus
costumes e ideais, e vivem sem seguir as tendências da sociedade.
ETNOCENTRISMO E RELATIVISMO
CULTURAL
Você já ouviu falar
destes dois termos? Imagino que você deva estar aprendendo um monte de coisas
novas, termos e conceitos, não é? Esperamos que eles sejam de muita valia para
a sua vida profissional e pessoal. Você lembra que em alguns momentos falamos
que os europeus, quando se lançaram ao mar nas grandes navegações, consideravam
o “outro” – geralmente o nativo das terras
“recém-descobertas” – inferior? E você lembra porque eles se referiam ao outro
desta maneira? Pois bem, agora você vai estudar um pouco mais sobre um
importante
conceito que está intrínseco nestas ideias e em
muitas outras de grandes pensadores, antropólogos, historiadores e até
cientistas que entraram em contato com povos desconhecidos e desenvolveram
estudos acerca dos mesmos, e que muitas vezes ainda se fazem presentes nas
atitudes das pessoas mais comuns – como nós! Ao depararmos com formas de viver
e de ver o mundo diferente das nossas, muitas vezes acabamos emitindo
juízos de valor acerca de tais realidades, essa observação nos remete ao que pode
ser chamado de etnocentrismo.
As culturas são
diferentes umas das outras, e nesse sentido o relativismo cultural defende o pressuposto de que as
análises e estudos devem ser sempre relativas a cultura na sua origem, sendo
assim impossível a aplicação de normas e valores absolutos em tais estudos.
Relativizar,
portanto, é não transformar a diferença em hierarquia, não valorar aos seres
humanos com base em critérios de superioridade e de inferioridade, ou conceber
diferentes culturas sob uma perspectiva dicotômica de bem e mal; é preciso
vê-las sob sua dimensão de riqueza, o que de corre da diferença.
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