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outubro 16, 2012

TEXTO- MOVIMENTOS ESTUDANTIS – 3º ANO


TEXTO- MOVIMENTOS ESTUDANTIS – 3º ANO (3001 e 3002 soc. – 3001-3002-3003-304-3007-Hist.)

MOVIMENTOS ESTUDANTIS

TEXTO PARA O  TRABALHO DE SOCIOLOGIA E DE HISTÓRIA  SOBRE O MOVIMENTO ESTUDANTIL NO INÍCIO DA DITADURA MILITAR

Todos sabem da dominação e da falta de liberdade que a sociedade civil brasileira sofreu durante os "Anos de Chumbo". Apesar da repressão, nunca deixou de haver oposição ao regime militar implantado em 1964. Com o passar dos anos, ela cresceu e chegou ao ponto máximo em 1968. Como ocorreu em outras partes do mundo, também o Brasil naquele ano foi sacudido por manifestações políticas de grandes proporções. Na linha de frente da revolta estavam os estudantes. De norte a sul do país, eles exigiam a volta da democracia, reformas de ensino e mais verbas para a educação, entre outras reivindicações.
Com a oposição estudantil, geralmente composta por membros vindos da classe média, de início os militares empregaram uma tática. Pela Lei Suplicy, editada em 9 de novembro de 1964, todas as entidades estudantis (incluindo a UNE) ficavam sujeitas ao controle do Estado, assim como os Diretórios Acadêmicos e os Diretórios Centrais de Estudantes. No meio secundarista, os Grêmio Livres foram substituídos pelos Centros Cívicos, sob controle da diretoria dos colégios.
Ao mesmo tempo, na tentativa de mudar o sistema universitário brasileiro e ampliar o número de vagas (antiga reivindicação do movimento estudantil), o governo propôs, em junho de 1965, uma reforma universitária, fruto do acordo com uma agência educativa norte-americana, a United States Agency for International  Development (USAID). O Acordo MEC-USAID, como ficou conhecido, encerrava uma concepção de educação e universidade que enfatizava a tecnicização do aprendizado, fragmentária e específica, destinada prioritariamente às necessidades de mão-de-obra do mercado, com pouco espaço para formulações intelectuais mais críticas. Além disso, o estímulo à privatização do ensino superior incentivou as fundações privadas a abrir faculdades. Essa "modernização conservadora" do ensino acabou por provocar a reação do movimento estudantil organizado, que até 1968, aproveitando-se da relativa tolerância dos militares, conseguiu articular grandes manifestações públicas de protesto. A partir de 1966, quando políticos e setores liberais que haviam apoiado o golpe começaram a perceber que não tinham espaço no novo regime, e como se tornava cada vez mais clara a política de arrocho (contenção) salarial sobre os trabalhadores, os estudantes se tornaram o foco principal da oposição da sociedade civil ao regime militar.
As expectativas da oposição civil acabaram sendo catalisadas pelo movimento estudantil. A Reforma Universitária proposta pelos militares não agradava nem às lideranças nem a amplos segmentos da massa estudantil. Em setembro de 1966, a questão estudantil explodiu na forma de protestos de rua. Às reivindicações específicas da categoria juntaram-se palavras de ordem mais amplas, que exigiam "liberdades democráticas". No dia 22 de setembro de 1966, o movimento estudantil convocou o Dia Nacional de Luta contra a Ditadura, ocasionando vários conflitos com a polícia nas principais cidades do país. Daí até o final de 1968, o movimento estudantil se tornaria o grande ator político da oposição, atuando como protagonista em vários protestos de rua, além de fornecer o maior número de voluntários para os movimentos guerrilhei-ros que então se organizavam para combater o regime.
Ao longo de 1967 e 1968, os estudantes radicalizaram suas palavras de ordem e suas formas de protesto. Temas estudantis específicos cada vez mais cediam espaço para o protesto contra a ditadura. Paralelamente à radicalização do movimento estudantil, os grupos de esquerda, mesmo atuando na ilegalidade, se reorganizavam e preparavam a luta armada. Os dois movimentos frequentemente iriam se entrecruzar: os estudantes forneciam quadros para a guerrilha, e a guerrilha estimulava as ações de massa. No caso do movimento estudantil, o mundo todo assistia naquele ano a um crescimento da participação política dos estudantes, na forma de protestos de massa extremamente radicalizados, contra a ordem dominante. Ficaram famosos os protestos estudantis na França, no México, nos Estados Unidos e na Alemanha, entre outros países.
O período que vai de março a outubro de 1968 foi marcado por inúmeros eventos que ficariam na memória da sociedade brasileira. O primeiro ato desse verdadeiro drama teve como palco um restaurante freqüentado por estudantes, situado no centro do Rio de Janeiro, chamado Calabouço. Em fins de 1967, o restaurante foi citado no relatório militar sobre a questão estudantil, redigido pelo coronel Meira Matos, como ponto de encontro e organização de subversivos. Em março de 1968, prestes a ser fechado, o Calabouço foi ocupado pelos estudantes, que protestavam contra a decisão. No conflito que se seguiu entre estudantes e policiais, o secundarista Édson Luís Lima Souto foi baleado e morreu, tornando-se o primeiro grande mártir da luta estudantil. A morte de  Édison Luís serviu para ampliar ainda mais o movimento, causando grande comoção na sociedade em geral.
A sequência de conflitos entre soldados e estudantes atingiu seu ponto máximo em 21 de junho de 1968, na chamada "sexta-feira sangrenta": a cidade do Rio de Janeiro foi palco de um violento conflito de rua, no qual morreram quatro manifestantes, e mais de vinte foram feridos a bala. Se a morte de Édison Luís havia chocado a opinião pública, a sexta-feira sangrenta causou um impacto ainda maior. A resposta à repressão foi eloquente: no dia 26 de junho de 1968, com a presença de políticos, artistas, intelectuais, trabalhadores e, obviamente, uma grande massa estudantil, a sociedade civil marcava sua presença contra o regime militar, no evento conhecido como "Passeata do Cem Mil". Esse evento atingiu tais proporções que foi formada uma comissão (escolhida durante a manifestação) para ter uma audiência com o próprio marechal Costa e Silva, presidente na época, visando negociar a libertação dos estudantes presos nos dias anteriores e a reabertura do restaurante Calabouço. Mas o que estava por trás dessas reivindicações específicas era a luta ampla contra o regime militar. E o governo sabia disso.
Os dias de outubro de 1968 foram fatais para o movimento estudantil. Nos dias 2 e 3, um conflito público de grandes proporções colocou em confronto direto os estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, identificados com a esquerda, e os alunos da Faculdade Mackenzie, sede do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Os dois prédios, vizinhos, localizados na Rua Maria Antônia, no centro da capital paulista, se transformaram em verdadeiros quartéis. O conflito terminou com a ocupação policial e a destruição do prédio da USP, deixando como saldo a morte de um estudante secundarista e dezenas de feridos. No dia 12, a polícia invadiu um sítio em Ibiúna (SP), onde se realizava, clandestina-mente, o XXX Congresso da UNE, prendendo cerca de setecentos estudantes. Depois desse golpe, o movimento estudantil de massa perdeu a força organizativa, e muitos estudantes acabaram optando pela luta armada clandestina.

O movimento estudantil vem cumprindo um papel importante na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade social e vem ocupando também um grande papel na história, galgando assim, um lugar de destaque na luta pelas transformações sociais efetivando pela ampla participação nos principais processos políticos vigentes em nossa sociedade.
É famoso pelo papel que assumiu na luta pela redemocratização do país, porém a indagação questão principal que hoje se coloca é de que forma devemos organizar a nossa juventude nas nossas universidades, nas escolas, na periferia, nos diversos movimentos sociais, para vencer a precarização do ensino. Como podemos organizar a juventude que cada vez encontra mais dificuldades em entrar no mercado de trabalho e também nas universidades públicas e quais os possíveis caminhos que devemos trilhar na luta por uma sociedade melhor?
União é a palavra-chave! Unidos todos temos voz e nunca ninguém vai ousar falar mais alto conosco mesmo sendo autoridade ou quem seja. Somos estudantes e merecemos ter nosso direito de ser respeitados, afinal não é partindo de nós que depende o futuro?
A educação pública enfrenta infindáveis problemas e não devemos nos abater diante da precariedade de nossas universidades e escolas, mas também não adianta nada se ficarmos reclamando e não nos movimentarmos. Falar é fazer! Nós estamos em busca de dignidade e estudo de qualidade, não queremos mais nada que não seja nosso por direito! Precisamos de companheiros comprometidos e que sejam a nossa voz, quer seja onde for, inclusive judicialmente.
Queremos também quebrar esse estigma, não somos marginais e muito menos vândalos!! Não nos julgue, pois lutamos pelo melhor para todos! É a universidade que faz a verdadeira inclusão social e democrática que esse Brasil merece. Acredite no seu poder, acredite no nosso poder, pois só unidos seremos fortes!
O movimento estudantil foi e continua sendo ma arma poderosa dos estudantes. É o meio pelo qual podemos defender nossos interesses e tentar modificar a realidade dentro e fora da Universidade, ele não deve ser simplesmente abandonado ou estagnar por maiores que sejam as dificuldades, mas ser constantemente reciclado em contato com a realidade e reciclado pela entrada de novos estudantes, pois a participação é a condição fundamental para qualquer transformação.
  
“Nossa identidade é nosso lar
E dentro de uma área de exclusão
Comandante Marcos, Afrika Bambaata, Pe Cícero e Lampião
Contra a mente de exclusão, sempre souberam
QUE O INSTINTIVO É COLETIVO MEU IRMÃO
Ééééééé…
Eu represento o INSTINTIVO COLETIVO…
Eu represento o INSTINTIVO COLETIVO”
O Rappa

Por muito tempo o movimento estudantil era sinônimo de credibilidade e de respeito, graças às inúmeras pessoas que lutaram ao longo do tempo, e principalmente no período militar, para que os estudantes tivessem melhores condições de estudo e liberdade de expressão. E além de defender os direitos de todos os cidadãos.
Várias siglas ficaram conhecidas como: UNE, UBES, USES e tantas outras que se tornaram marcas na história brasileira. Acontece que hoje essas marcas se transformaram em produtos políticos partidários que são disputadas a tapa para vê quem vai dominar tal sigla e através do prestigio usa-la como trampolim político.
Hoje em dia eles utilizam os congressos para atrair estudantes, ai você até pode pensar: isso não é bom? Mas acontece que os atuais congressos não são propriamente para discutir temas que melhore a educação, mas são verdadeiras festas que rola de tudo. E verdadeiras arenas onde os representantes de políticos se digladiam para sair como a vitória em determinados pleitos que acontecem nesses congressos, e as vitórias só acontece depois de reprimir ou oferecer privilégios aos delegados que tem poder de voto. Uma outra coisa que atrai os jovens é achar que o espírito revolucionário é moda e não um meio que existe para conscientizar os estudantes e a sociedade em geral. E esses estudantes na sua grande maioria não sabem nem o que é movimento estudantil. É muito fácil identificar a forma como é tratado hoje em dia o movimento estudantil, basta você acompanhar as eleições do grêmio nas escolas e você vai vê que as maiorias das chapas são eleitas porque têm no seu comando pessoas que são populares ou tidos como os mais engraçados da escola e dificilmente tem alguma proposta a ser apresentada. E são esses jovens que são cobiçados pelos partidos políticos na época da eleição, eles trabalham para candidatos que oferecem de tudo, e acabam tirando toda a atenção do ambiente escolar. Sem contar alunos que reprovam por vários anos apenas para continuar a frente dos grêmios e manter certos grupos políticos no comando. O período mais forte do movimento estudantil foi na ditadura militar. E hoje em dia o acontece com o movimento não é uma forma de ditadura? Exemplo disso é parente de políticos que já estão se preparando dentro dos movimentos para ser o corrupto do futuro e ainda garantir que seu parente tenha um governo tranquilo, sem “subversivos” para atormentar seu governo.
A grande pergunta que fica é se isso vai continuar acontecendo por muito tempo, o que vai acontecer com Brasil que é tido o país do futuro, será que são esses jovens que vão levar o país para esse futuro?

Até nos livros da escola está registrado, a participação do movimento estudantil que lutou bravamente durante a Ditadura Militar. Foi com a irreverência da juventude que nós, estudantes secundaristas, contribuímos para o desenvolvimento da política e da democracia no Brasil. Desde as décadas de 30 e 40, o interesse dos estudantes em melhorias na educação já era motivo para nos reunirmos nos grêmios estudantis, aumentando cada vez mais a participação política dos jovens.
A União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) existe desde 1948, quando foi realizado nosso primeiro congresso nacional, que firmou ao decorrer dos anos nossas bandeiras de luta e se envolvendo com importantes movimentos sociais da época. Estivemos à frente das principais manifestações, mobilizando e reunindo diferentes setores da sociedade.
Em 1950, já fazíamos reivindicações contra o aumento do transporte público e a favor do Passe Livre Estudantil; saíamos pelas ruas liderando passeatas, parando cidades – como foi o caso do Rio de Janeiro que ficou paralisada dois dias em 1956 com a “Revolta dos Bondes”. Não demorou muito e os militares que entraram no poder em 1964 começaram a perseguir e prender os líderes estudantis; na época qualquer tipo de ajuntamento era risco sob a vista dos militares, mas mesmo assim enfrentamos a repressão.
Momento marcante que toda sociedade se sensibilizou, foi quando durante confronto no restaurante Calabouço, no centro do Rio de Janeiro, em uma passeata o secundarista Edson Luís de 18 anos foi assassinado pelos militares. A juventude estava sob revolta diante da brutalidade da polícia; não nos intimidamos, pelo contrário, as manifestações se tornaram ainda mais frequentes, culminando na Passeata dos 100 mil em junho de 1968.
Em dezembro, a revanche: foi instaurado o Ato Institucional Nº5. A partir daí, qualquer tipo de reunião, movimento artístico ou manifestação de nossas opiniões estavam expressamente proibidos, foi quando começamos a nos organizar clandestinamente. Locais de encontros eram demolidos e a perseguição constante, os estudantes sob a crueldade do governo acabaram se dispersando.
Passaram 10 anos e se tornou impossível segurar o sentimento a favor das mudanças sociais através da democracia que nós estudantes sempre carregamos, a rebeldia eminente fortaleceu a chama. E foi assim, que em 1977 começamos o processo de reorganização do movimento com a convocação de um congresso contra a ilegalidade.
Em Curitiba-PR , no ano de 1981, estudantes de todo Brasil se reuniram em um galpão sem nenhuma estrutura, mas o que realmente importava era a reorganização e consolidação da UBES. A cavalaria invadiu o congresso, prendeu estudantes, o que não nos intimidou, dessa vez voltamos com mais garra e experiência para seguir nossa luta, a favor da liberdade de expressão.
“E ainda tem gente que diz que isso é coisa de criança”
A população em massa, organizada nos movimentos sociais se unificou em oposição aos militares na campanha “Diretas Já”, que teve participação expressiva da UBES; apesar das mobilizações a emenda não foi aprovada. Mas não teve jeito, a pressão do povo foi mais forte, a ditadura teve seu fim marcado pela eleição indireta que elegeu o presidente Tancredo Neves.
As principais cidades presenciaram dezenas de passeatas que reafirmaram a volta dos estudantes na vida política da nossa nação. As conquistas foram se multiplicando, como a aprovação do passe livre no Rio de Janeiro e da meia-entrada nos cinemas e teatros em diversas capitais do Brasil, o impeachment do presidente Collor e o enfrentamento da Era FHC e tantas outras lutas que seguiram.
Os estudantes foram (e são) portadores de importantes mudanças sociais, representando hoje a sociedade civil. O que era para ser o fim se tornou o recomeço, servindo para fortalecer as bandeiras da entidade que com toda experiência de vida segue, em seus 30 anos de reconstrução, a luta por uma sociedade mais justa, desenvolvida e igualitária.
“Quem vem com tudo não cansa” – Cazuza
Foi com muita raça e amor pelo Brasil que a UBES se reergueu, e vem há 30 anos depois de sua reconstrução pautando as políticas educacionais do país, defendendo uma educação de qualidade, desenvolvimento e soberania nacional.
Hoje temos muito o que comemorar:  A conquista do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), inclusão de Sociologia e Filosofia na grade curricular das escolas públicas e privadas, o voto aos 16 anos (Se Liga 16), participação no Conselho Nacional de Juventude (CONJUV) e na Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).
A luta continua, agora pelo investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação, quebra do veto presidencial ao projeto de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação, projeto nacional de Passe-Livre, reserva de vagas para estudantes de escolas públicas para universidades públicas, ampliação do ensino técnico, currículo que corresponda as necessidades atuais da juventude, integração latino-americana e combate ao imperialismo.
Mas a luta não para por aqui, ainda temos muitos motivos para continuar. Hoje temos cerca de 75 milhões de estudantes secundaristas no Brasil, matriculados em escolas públicas que não oferecem ensino adequado ao momento que vivemos. A UBES convida a estudantada de todo o país a fazer desse grande movimento.
Vem aí em dezembro, 39° Congresso da UBES!
No ano que nossa entidade completa 30 Anos de Reconstrução, acontecerá o maior congresso da história do movimento secundarista, já ultrapassamos o número de 5 milhões de estudantes que estão conhecendo a luta da UBES que segue na defesa do Brasil, da educação e dos estudantes.
Foi da universidade, desse bando de irmãos, que se elevou o protesto mais veemente, a rebeldia mais indignada, o gesto mais altivo contra o mal, a prepotência, a força. Repudiando o que fizeram aqui, ao atropelar a sagrada autonomia da universidade, denunciando o que fizeram ali, ao afrontar o sagrado império da lei, ao violar a Constituição, o Parlamento, os tribunais, as liberdades, ferindo os direitos humanos, machucando o corpo humano. Muitos jovens deste país poderiam ter calado, ter sufocado, ter consentido com o que se fazia e desfazia. Mas buscaram as ruas, as escolas, os parlamentos. Quando estes espaços foram cercados, ocupados e desfigurados pela força, foram obrigados à resistência e ao confronto extremo.  No limite do insuportável e do sofrível, abandonaram famílias, carreiras, amigos, afetos e a luz do dia para um combate desproporcional, arrojado, irrestrito, utópico contra a violência que atingia a todos....Não fizeram aquilo porque eram mandados, comandados, teleguiados. Fizeram tudo aquilo porque queriam, porque sentiam, porque deviam, pelo justo imperativo da sobrevivência, pelo forte motivo da urgência, pelo simples dever de consciência. Arriscaram suas vidas, acabaram suas vidas lutando e combatendo por nossas vidas.
Foram resistentes, como a Resistência francesa que lutou contra o invasor e o opressor nazista.
 Foram inconfidentes, como os heróis da conjuração mineira que anteciparam o grito por liberdade. Foram combatentes, como os jovens do exército brancaleone de George Washington que desafiaram o Império britânico para estabelecer os fundamentos do regime democrático. Foram insurgentes como os negros que combatiam o apartheid na África do Sul, como os povos de Angola e Moçambique contra o regime colonial de Salazar, como os frágeis camponeses do Vietnã que ao longo de décadas expulsaram de suas lavouras de arroz os impérios poderosos de chineses, japoneses, franceses e norte-americanos. Lutaram pela liberdade contra a opressão de exércitos, regimes e sistemas que só sobrevivem à custa da liberdade dos outros. Fizeram levantes sancionados pelo direito imemorial e universal da luta contra a tirania. Guerrilha não se confunde com terrorismo, definido sim pelo deliberado objetivo de infundir terror entre a população civil, sob o risco assumido de vítimas inocentes – como no caso do terror consumado do 11 de Setembro em Nova York, como no caso do terror frustrado da bomba do Rio centro no Rio de Janeiro. É por isso que ninguém, nem mesmo um cínico, se atreve a escrever “terroristas de Sierra Maestra” ou “terroristas do Araguaia”. Eram guerrilheiros, não terroristas. Terrorista era o Estado, que usou da força e abusou da violência para alcançar e machucar dissidentes presos, indefesos, algemados, pendurados, desprotegidos diante de um aparato impiedoso que agia à margem da lei, na clandestinidade, nos porões, torturando e matando sob o remorso de um codinome, encoberto na treva de um capuz. Terroristas eram os assassinos de Honestino Guimarães, Vladimir Herzog, David Capistrano da Costa, Manoel Raimundo Soares, Stuart Angel Jones, Manoel Fiel Filho, Paulo Wright, Zuzu Angel, entre tantos outros. “A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram”, ensinou Ulysses Guimarães, no dia da promulgação da Constituição de 1988. “Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”, reforçou Ulysses.  Aos guerrilheiros que combateram a ditadura, minha emoção.  Aos cínicos, meu lamento.
Senhoras e Senhores, ....A hipocrisia nacional diz que a mera lembrança desses nomes e fatos não passa de revanchismo, de mera volta ao passado. Uma médica chilena, torturada em 1975 e eleita presidente em 2006, desmente isso: “Só as feridas lavadas cicatrizam”, ensina Michelle Bachelet.
  O Supremo Tribunal Federal teve, no ano passado, a chance de lavar esta ferida. E, vergonhosamente, abdicou desse dever. Apenas dois dos nove ministros do STF – Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Brito – concordaram com a ação da OAB, que contestava a anistia aos agentes da repressão. “Um torturador não comete crime político”, justificou Ayres Brito. “Um torturador é um monstro. Um torturador é aquele que experimenta o mais intenso dos prazeres diante do mais intenso sofrimento alheio perpetrado por ele. Não se pode ter condescendência com o torturador. A humanidade tem o dever de odiar seus ofensores porque o perdão coletivo é falta de memória e de vergonha”.Apesar da veemência de Ayres Brito, o relator da ação contra a anistia, ministro Eros Grau, ele mesmo um ex-comunista preso e torturado no DOI-CODI paulista, manteve sua posição contrária: “A ação proposta pela OAB fere acordo histórico que permeou a luta por uma anistia ampla, geral e irrestrita”, disse Eros Grau, certamente esquecido ou desinformado, algo imperdoável para quem é juiz da mais alta Corte e também sobrevivente da tortura. A anistia de 1979 não é produto de um consenso nacional. É uma lei gestada pelo regime militar vigente, blindada para proteger seus acólitos e desenhada de cima para baixo para ser aprovada, sem contestações ou ameaças, pela confortável maioria parlamentar que o governo do general Figueiredo tinha no Congresso: 221 votos da ARENA, a legenda da ditadura, contra 186 do MDB, o partido da oposição. Nada podia dar errado, muito menos a anistia controlada. Amplo e irrestrito, como devia saber o ministro Grau, era o perdão indulgente que o regime autoconcedeu aos agentes dos seus órgãos de segurança. Durante semanas, o núcleo duro do Planalto de Figueiredo lapidou as 18 palavras do parágrafo 1° do Art. 1° da lei que abençoava todos os que cometeram “crimes políticos ou conexos com estes” e que não foram condenados. Assim, espertamente, decidiu-se que abusos de repressão eram “conexos” e, se um carcereiro do DOI-CODI fosse acusado de torturar um preso, ele poderia replicar que cometera um ato conexo a um crime político. Assim, numa única e cínica penada, anistiava-se o torturado e o torturador.
Em 22 de agosto de 1979, após nove horas de tenso debate, o Governo aprovou sua anistia, a 48ª da história brasileira. Com a pressão da ditadura, aprovou-se uma lei que não era ampla (não beneficiava os chamados ‘terroristas’ presos), nem geral (fazia distinção entre os crimes perdoados) e nem irrestrita (não devolvia aos punidos os cargos e patentes perdidos)
...Mesmo assim, o regime suou frio: ganhou na Câmara dos Deputados por apenas 206 votos contra 201, graças à deserção de 15 arenistas que se juntaram à oposição para tentar uma anistia mais ampliada. Um dos mentores do ‘crime conexo’ era o chefe do Serviço Nacional de Informações, o SNI, general Octávio Aguiar de Medeiros, signatário da anistia de agosto de 1979.Menos de dois anos depois, em abril de 1981, um Puma explodiu antes da hora no Rio centro  no Rio de Janeiro. Tinha a bordo dois agentes terroristas do Exército: o sargento Guilherme do Rosário, que morreu com a bomba no colo, e o capitão do DOI-CODI Wilson Machado, que sobreviveu impune e, apesar das feias cicatrizes no peito, virou professor do Colégio Militar em Brasília. Em 24 de abril passado, em trabalho admirável, os repórteres Chico Otávio e Alessandra Duarte, de O Globo, revelaram ao país a agenda pessoal do sargento morto, a agenda que o Exército considerou desimportante para seu arremedo de investigação. Pois lá estão anotados os nomes reais (sem codinome) e os telefones de 107 pessoas, de oficiais graduados a soldados, de delegados a detetives, passando pelo Estado-Maior da PM e o comando da Secretaria de Segurança. Nessa ‘Rede do Terror’ que conspirava para endurecer o regime não consta o nome de um único guerrilheiro. Todos os terroristas, ali, integravam o aparelho de Estado, patrono da complacente autoanistia que não satisfazia nem seus radicais. O nome mais ilustre da agenda é Freddie Perdigão, membro de um certo ‘Grupo Secreto’ organização paramilitar de direita que jogava no fechamento político. Perdigão era coronel da Agência Rio do SNI do general Medeiros. Nada mais cínico e nada mais conexo do que isso.
...O ‘Grupo Secreto’ é responsável por algumas das 100 bombas que explodiram no Rio e São Paulo entre a anistia de agosto de 1979 e o atentado do Rio centro de abril de 1981, endereçadas a bancas de jornal, publicações alternativas da oposição, Assembleia Legislativa e às sedes da OAB e da ABI.
Apesar da equivocada decisão do Supremo, o Brasil acaba de ser condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA por se eximir da investigação e punição aos agentes do Estado responsáveis pelo desaparecimento forçado de 70 guerrilheiros do Araguaia. “A Lei da Anistia do Brasil é incompatível com a Convenção americana, carece de efeito jurídico…”, criticou a Corte da OEA.
Em novembro passado, o Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública pedindo a responsabilização civil de três oficiais das Forças Armadas e um da PM paulista sobre morte ou desaparecimento de seis pessoas e a tortura de outras 20 detidas em 1970 pela Operação Bandeirante (Oban), o berço de dor e sangue do DOI - CODI, a sigla maldita que marcou o regime e assombrou os brasileiros. O capitão reformado do Exército Maurício Lopes Lima é frontalmente acusado pelos 22 dias de suplício a uma das presas, líder da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Nome da presa torturada: Dilma Rousseff. Agora presidente, Dilma Rousseff encara este desafio que intimidou os cinco homens que a antecederam no Palácio do Planalto a partir de 1985, quando acabou a ditadura: a punição aos torturadores do golpe de 1964. Não será por revanchismo, mas pelo dever ético de todo país que respeita a verdade, a memória e sua história. Como fazem com altivez a Argentina, o Uruguai, o Chile ao lavar suas feridas, feias como as nossas. Uma enorme frustração cabe aos dois presidentes que somam 16 anos no poder.
Fernando Henrique Cardoso, descendente de três gerações de generais e sociólogo de origem marxista, esperou o último dia de seu segundo mandato, em dezembro de 2002, para duplicar vergonhosamente os prazos de sigilo dos documentos oficiais que podem jogar luz sobre a história do país.
Lula, o líder sindical que nasceu do movimento operário mais atingido pelo autoritarismo, sucedeu FHC na presidência sob a expectativa de que iria corrigir aquele ato de lesa-conhecimento de seu antecessor.
...E Lula, cúmplice maior, não fez absolutamente nada para facilitar e agilizar o acesso aos registros contingenciados pelos 21 anos de regime militar. O sociólogo e o metalúrgico, assim, nivelaram-se na submissa inércia dos últimos 16 anos de governos tementes à eventual reação da caserna e seus ex-comandantes de pijama. Dilma Rousseff, com maior hombridade que seus antecessores, pode limpar essa mancha. Seu governo apoia, no Congresso, o projeto que impõe limites estreitos para documentos hoje com sigilo infinito. Aprovado, o texto estabelece um prazo de 25 anos para o sigilo máximo de ‘ultrassecreto’, renovável uma única vez. (Planeta Osasco)
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outubro 15, 2012

Sociologia:o processo de estigmatização ,preconceito e intolerância - 1001-1002-1003


PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO-1º ano
preconceito, xenofobia e racismo

Embora o conceito de raça seja moderno, o preconceito e a discriminação são uma constante da história universal e é necessário, antes do mais, fazer a distinção entre as duas ideias. O PRECONCEITO refere-se a opiniões ou atitudes partilhadas por membros de um grupo acerca de outro. As ideias preconceituosas são, muitas vezes, baseadas mais em rumores do que em provas claras; opiniões que resistem à mudança mesmo face a novas informações  As pessoas podem ter preconceitos favoráveis relativos aos grupos com os quais se identificam e preconceitos negativos face a outros. Alguém que tem preconceitos contra determinado grupo recusará atender imparcialmente os seus membros.
A Discriminação Discriminação diz respeito ao comportamento tido em relação a outro grupo. Pode detectar-se em ações que negam aos membros de um grupo oportunidades que são dadas a outros, como, por exemplo, quando a um negro é recusado um emprego disponível para um branco. Embora o preconceito esteja frequentemente na base da discriminação, os dois podem existir separadamente. As pessoas podem ter ideias preconceituosas e não agir em conformidade  Também é igualmente importante ter em conta que a discriminação não deriva necessária e diretamente do preconceito. Por exemplo, uma pessoa branca que queira comprar uma casa pode inibir-se de adquirir a propriedade em bairros predominantemente negros, não por causa de atitudes hostis que possa sentir em relação às pessoas que vivem nesses bairros, mas em função da sua preocupação com a desvalorização da propriedade nessas áreas. Neste caso, as atitudes de preconceito influenciam a discriminação, mas de uma forma indireta.
 No Brasil presenciamos diversas formas de racismo, preconceito e discriminação, basicamente contra os negros. Elas se expressam nos índices estatísticos de escolaridade de jovens negros, que se apresentam inferiores aos brancos; no nível de renda, em que negros recebem menores salários na mesma profissão em relação aos brancos; nos bairros pobres onde moram, que são menos assistidos pelo Estado, ao contrário, por exemplo, de bairros mais luxuosos, onde moram predominantemente brancos, etc. Quanto à cultura e á religiosidade, aquelas de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, continuam sendo segregadas e discriminadas somente pelo fato de não apresentarem uma origem ocidental, monoteísta e branca.
èCONCEITOS:
PRECONCEITO - conceito ou opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos, julgamento ou opinião formada sem levar em conta os fatos que o contestem. Trata-se de um pré-julgamento, isto é, algo já previamente julgado.
DISCRIMINAÇÃO - separar, distinguir, estabelecer diferenças. A discriminação racial corresponde ao ato de apartar, separar, segregar pessoas consideradas racialmente diferentes, partindo do princípio de que existem raças "superiores" e "inferiores" - o que ficou definitivamente comprovada pela Ciência que não existe.
RACISMO - teoria que sustenta a superioridade de certas raças em relação a outras, preconizando ou não a segregação racial ou até mesmo a extinção de determinadas minorias
èTIPOS DE PRECONCEITOS:

RACIAL, OU RACISMO:
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade.
ETNOCENTRISMO:    

É uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre seria baseada nos valores adotados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro.
Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ter menor desenvolvimento tecnológico (como, por exemplo, os habitantes anteriores aos europeus que residiam nas Américas, na África e na Oceania) se comparado a outro, mas, possivelmente, é mais adaptado a determinado ambiente, além de não possuir diversos problemas que esse grupo “superior” possui.
A tendência do homem nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que lhe é estranho ou não está de acordo com suas tendências, costume e hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que “transgredia” toda a lei e costumes da época, é etimologicamente semelhante ao homem selvagem na sociedade ocidental.
SEXISMO:
É a discriminação ou tratamento indigno a um determinado gênero, ou ainda a determinada identidade sexual.
Existem duas assunções diferentes sobre as quais se assenta o sexismo:
Um sexo é superior ao outro.
Mulher e homem são profundamente diferentes (mesmo além de diferenças biológicas), e essas diferenças devem se refletir em aspectos sociais como o direito e a linguagem.
Em relação ao preconceito contra mulheres, diferencia-se do machismo por ser mais consciente e pretensamente racionalizado, ao passo que o machismo é um muitas vezes um comportamento de imitação social. Nesse caso o sexismo muitas vezes está ligado à misoginia (ódio às mulheres).
MACHISMO OU CHAUVINISMO masculino, é a crença de que os homens são superiores às mulheres.
A palavra “chauvinista” foi originalmente usada para descrever alguém fanaticamente leal ao seu país, mas a partir do movimento de libertação da mulher, nos anos 60, passou a ser usada para descrever os homens que mantém a crença na inferioridade da mulher, especialmente nos países de língua inglesa. No espaço lusófono, a expressão “chauvinista masculino” (ou, simplesmente, “chauvinista”) também é utilizada, mas “machista” é muito mais comum.
MACHISTAS:
São por vezes postos em oposição ao feminismo. No entanto, a crença oposta ao machismo é a da superioridade feminina e, embora alguns machistas possam pensar que essa é a definição de feminismo, geralmente não se considera esta ideia correta. Alguns machistas tendem ainda a ofender-se por desigualdades de gênero favoráveis às mulheres.
FEMINISMO é um neologismo e seu significado possui uma carga ideológica muito grande. É uma expressão que hipoteticamente significaria um conjunto de idéias que considera a mulher superior ao homem, e que, portanto, deveria dominá-lo. Como um machismo às avessas.
A criação e o uso da palavra “feminismo” supõe-se que foi uma forma encontrada pelas feministas para denominar os preconceitos ao sexo masculino praticados por outras feministas dentro do movimento social feminista. Essas feministas que pregam o preconceito contra o sexo masculino são consideradas por outras feministas como “femista”.
PRECONCEITO LINGUÍSTICO é uma forma de preconceito a determinadas variedades linguísticas. Para a linguística  os chamados erros gramaticais não existem nas línguas naturais, salvo por patologias de ordem cognitiva. Ainda segundo esses linguistas  a noção de correto imposta pelo ensino tradicional da gramática normativa originam um preconceito contra as variedades não-padrão.
HOMOFOBIA:

É um termo criado para expressar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais ou homossexualidade.
TRANSFOBIA é a aversão a pessoas trans (transexuais, transgêneros, travestis) ou discriminação a estes.
A transfobia manifesta-se normalmente de forma mais reconhecida socialmente contra as pessoas trans adultas, quer sob a forma de opiniões negativas, quer sobre agressões físicas ou verbais. Manifesta-se também muitas vezes de forma indireta com a preocupação excessiva em garantir que as pessoas sigam os papéis sociais associados ao seu sexo biológico. Por exemplo, frases como “menino não usa saia” são, em sentido lato, uma forma de transfobia.
A transfobia é também muitas vezes combinada com homofobia quando é feita a associação entre homens femininos e homossexualidade, partindo do princípio – equivocado – de que todos os homossexuais são necessariamente femininos e que ser homem efeminado é algo de negativo.
HETEROSSEXISMO é um termo relativamente recente e que designa um pensamento segundo o qual todas as pessoas são heterossexuais até prova em contrário.
Um indivíduo ou grupo classificado por heterossexista não reconhece a possibilidade de existência da homossexualidade (ou mesmo da bissexualidade). Tais comportamentos são ignorados ou por se acreditar que são um “desvio” de algum padrão, ou pelo receio de gerar polêmicas ao abordar determinados assuntos em relação à sexualidade.
Apesar de poder ser considerada como uma forma de preconceito, se diferencia da homofobia por ter como característica o ato de ignorar manifestações sexuais geralmente minoritárias (as situações homofóbicas não só não ignoram como apresentam aversão).
Xenofobia é o medo natural (fobia, aversão) que o ser humano normalmente tem ao que é diferente (para este indivíduo).

Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou diferente.
Xenofobia é ainda usado em um sentido amplo (amplamente usado mas muito debatido) referindo-se a qualquer forma de preconceito, racial, grupal (de grupos minoritários) ou cultural. Apesar de amplamente aceito, este significado gera confusões, associando xenofobia a preconceitos, levando a crer que qualquer preconceito é uma fobia.
Chama-se comumente chauvinismo à crença narcisista próxima à mitomania de que as propriedades do país ao qual se pertence são as melhores sob qualquer aspecto. O termo provém da comédia francesa La Cocarde Tricolore (”O Tope Tricolor”), dos irmãos Cogniard, na qual um ator chamado Chauvin personifica um patriotismo exagerado.
CHAUVINISMO:
O chauvismo resulta de uma argumentação falsa ou paralógica, uma falácia de tipo etnocêntrico ou de ídola foria. Em retórica, constitui alguns dos argumentos falsos chamados ad hominem que servem para persuadir com sentimentos em vez de razão quem se convence mais com aqueles que com estes. A prática nasceu fundamentalmente com a crença do romantismo nos “caráteres nacionais” (ou volkgeist em alemão). Milênios antes, no entanto, os antigos gregos já burlavam de quem se convencia de que a lua de Atenas era melhor que a de Éfeso.
PRECONCEITO SOCIAL:
É uma forma de preconceito a determinadas classes sociais.
É uma atitude ou ideia formada antecipadamente e sem qualquer fundamento razoável; o preconceito é um juízo desfavorável em relação a vários objetos sociais, que podem ser pessoas, culturas. O preconceito social também existe quando julgamos as pessoas por atitudes e logo enfatizamos que a mesma só a teve a atitude por ser de certa classe social,ou seja se a pessoa tem uma boa condição financeira ela não vai sofrer nenhum tipo de preconceito social,seria mais fácil ela ter preconceito para com as outras pessoas.
Estereótipo:



É a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação.
Estereótipos são fonte de inspiração de muitas piadas, algumas de conteúdo racista, como as piadas de judeu, que é retratado como ávaro, português (no Brasil), como pouco inteligente, etc. O estereótipo pode estar relacionado ao preconceito.
. A Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa e de crença, e as instituições devem promover o respeito entre os/as praticantes de diferentes religiões, além de preservar o direito daqueles/as que não adotam qualquer prática religiosa. No entanto, é bastante comum encontrarmos crianças e adolescentes que exibem, com orgulho, para seus/suas educadores/as, os símbolos de sua primeira comunhão, enquanto famílias que cultuam religiões de matriz africana são pejorativamente chamadas de “macumbeiras”, sendo discriminadas por suas identidades religiosas.” (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
O ESTIGMA é predisposição para o preconceito, não está presente em todos os tipos de manifestações preconceituosas e é fortemente relacionado ao ambiente em que o grupo estigmatizado está inserido. “O negro tem a marca da negritude na pele, é frequentemente estigmatizado; o homossexual, não necessariamente - muitos deles ninguém sabe se são”. Além disso, existem mulatos que são tidos como negros em São Paulo, mas como brancos na Bahia; o estigma não obedece a convenções sociais amplas.

Nas sociedades, o preconceito é desenvolvido a partir da busca, por parte das pessoas preconceituosas, em tentar localizar naquelas vítimas do preconceito o que lhes "faltam" para serem semelhantes à grande maioria. Podemos citar o exemplo da civilização grega, onde o bárbaro (estrangeiro) era o que "transgredia" toda a lei e costumes da época. Atualmente, um exemplo claro de discriminação e preconceito social é a existência de favelas e condomínios fechados tão próximos fisicamente e tão longes socialmente. Outra forma de preconceito muito comum é o sexual, o qual é baseado na discriminação devido à orientação sexual de cada indivíduo.
O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência, uma vez que é baseado unicamente nas aparências e na empatia.”


Sociologia : Estratificação Social e Mobilidade Social -2001-2002-2003-2004

 Estratificação Social  e mobilidade Social -2001-2003-2003     4ºBim

Sociólogos:Weber-Marx-Durkheim
A)A estratificação social indica a existência de diferenças, de desigualdades entre pessoas de uma determinada sociedade. Ela indica a existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes.
São três os principais tipos de estratificação social:
Ú Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária;
Ú Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não têm poder);
Ú Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade valorizamos muito mais a profissão de advogado do que a profissão de pedreiro.
A estratificação social é a separação da sociedade em grupos de indivíduos que apresentam características parecidas, como por exemplo: negros, brancos, católicos, protestantes, homem, mulher, pobres, ricos, etc.
A
estratificação é fruto das desigualdades sociais
, ou seja, existe estratificação porque existem desigualdades.

B)Podemos perceber a desigualdade em diversas áreas:


  •  Oportunidade de trabalho            
  • Cultura / lazer
  • Acesso aos meios de informação
  • Acesso à educação
  • Gênero (homem/mulher)
  • Raça( etnia)
  • Religião
  • Economia (rico/pobre)


A estratificação social esteve presente em todas as épocas: desde os primeiros grupos de indivíduos (homens das cavernas) até nossos tempos. Ela apenas mudou de forma, de intensidade, de causas. A Revolução Industrial e a transformação dos sistemas econômicos contribuíram para que as questões sobre a desigualdade social fossem melhor visualizadas, discutidas e percebidas, principalmente depois do advento do capitalismo, tornando-as mais evidentes. Umas das características fundamentais que distingue nossa sociedade das antigas é a possibilidade de mobilidade social. Diferentemente da sociedade medieval na qual quem nascesse servo, morreria servo, e na qual não era possível lutar por direitos e por uma oportunidade de mudar de classe. Na sociedade ocidental contemporânea, por exemplo, isto já é possível, e a mobilidade social se dá especialmente como consequência dos investimentos em educação, dos investimentos de formação e capacitação para o trabalho, que podem vir tanto do Estado quanto da própria iniciativa social. Em muitas ocasiões, a mobilidade social pode ser reivindicada por meio de movimentos sociais que, em sua maioria, reivindicam legitimidade diante da posição marginal de poder em que se encontram na sociedade.


1)ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL, MOBILIDADE SOCIAL E DESIGUALDADE SOCIAL
As desigualdades sociais são nitidamente perceptíveis no nosso cotidiano. Basta sairmos às ruas para notar, de um lado, uma grande massa de pessoas que, embora diferentes entre si, revelam certa semelhança e, de outro, uma minoria que se destaca claramente da grande massa. Essas diferenças aparecem, num primeiro plano, vinculadas às coisas materiais, ou seja, à roupa que se usa, ao modo de se locomover a pé ou de carro-, etc. Mas existem outras desigualdades que não se expressam tão claramente: as que estão relacionadas com a religião, com os conhecimentos, profissões, com o sexo ou a raça.
1.1)ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
a). As castas
O sistema de castas é uma das formas específicas de organização social em muitos lugares e tempos. No mundo antigo, temos uma série de exemplos da organização em castas (Grécia, China, etc.). Mas é na índia que, temos a expressão mais acabada desse sistema. Desde há muito, a Índia se organizou em um sistema de castas, em que a hierarquização se dá com base na hereditariedade e nas profissões. Esse sistema é muito rígido e fechado .Pode-se esquematizar a estratificação social indiana pela seguinte pirâmide social de casta:
brâmanes, sacerdotes e mestres da erudição sacra. A eles compete preservar a ordem social sob a orientação divina.  
xátrias, guerreiros que formam a aristocracia militar; entre eles estão governantes de origem principesca, que têm a função de proteger a ordem social e o sagrado saber.
váixás, a terceira grande casta, são os comerciantes, os artesãos, os camponeses.
sudras executam os trabalhos manuais e as ocupações servis de toda espécie e constituem a casta mais baixa; é seu dever servir pacificamente às três castas superiores.
parías (abaixo da pirâmide social), grupo de miseráveis, sem direito a quaisquer privilégios, sem profissão definida e que só inspiram asco e repugnância às demais castas; vivem da piedade alheia; por serem considerados impuros, não podem banhar-se no rio Ganges (o que é permitido às outras castas), nem ler os Vedas, que são os livros Sagrados dos hindus. Os párias aceitam o seu lugar na sociedade e se conformam com a imutabilidade de sua situação (por mais desprezível e inferior que seja) por acreditar na transmigração da alma, isto é, acreditam numa outra vida, em que poderão ocupar uma posição social melhor. O sistema de castas caracteriza-se por relações muito estanques, e a posição dos indivíduos é definida pela herança, isto é, quem nasce numa casta não tem como sair dela e passar para outra. Não há mobilidade nesse sistema. Assim, a hereditariedade (transmissão da situação), a endogamia (casamentos só no interior da casta), além da questão da alimentação (as pessoas só podem se alimentar junto com os membros da sua própria casta e com alimentos recomendados e preparados por ela mesma) e do fato de não poder haver contato físico entre membros das castas inferiores e superiores, são os elementos mais visíveis dessa relação. ..Entretanto, há uma mudança. E isso acontece também no sistema de castas. Alguns costumes, os ritos e as crenças dos brâmanes, por exemplo, são adotados pelas castas inferiores.
Com a urbanização e a industrialização crescentes, e com a introdução de padrões comportamentais ocidentalizados, tem levado elementos oriundos de castas diferentes, os xátrias, os vaixás, a saírem da índia para negociar, assim eles não são vistos como pertencente a uma casta determinada, mas, com um indivíduo em negócio ou um diplomata.
O sistema de castas indiano sofreu algumas mudanças, e atualmente, em que a questão da riqueza não tem uma relação direta com a casta na qual se está inserido. Assim, um indivíduo de uma casta inferior pode ter muitas posses, mas esses bens não o introduzem numa casta superior nem lhe dão maior autoridade dentro do sistema de castas, embora confira poder econômico, trazendo-lhe outra forma de distinção(fora).

No final do século XX, os grandes centros, principalmente Nova Délhi e Calcutá, a abolição desse sistema vem sendo processada gradativamente. Entretanto, ele ainda é rígido nas aldeias. Por influência da religião, o sistema de castas está arraigado no íntimo de cada hindu, sendo difícil desmontá-lo. Em teoria, o sistema de castas foi abolido oficialmente no país em 1947... Basta, porém, andar pela Índia para constatar que o decreto de 1947 nada significa socialmente. A lei das castas sociais persiste. Os indianos das castas superiores não aceitam perder o privilégio,  submetendo os parias aos empregos mais subalternos, como
limpadores de fossas e lavadores de cadáveres.  
2). OS ESTAMENTOS OU ESTADOS  
Estamentos ou estado é uma camada social semelhante à casta,  porém mais aberta. Na sociedade estamental a mobilidade social vertical ascendente é difícil, mas não impossível como na sociedade de castas.  Na sociedade feudal os indivíduos só muito raramente conseguiam ascender socialmente. Essa ascensão era possível em alguns casos: quando a Igreja recrutava, em certas ocasiões, seus membros entre os mais pobres; quando os servos eram emancipados por seus senhores; caso o rei conferisse um título de nobreza a um homem do povo; ou, ainda, se a filha de um rico comerciante se casasse com um nobre, tornando-se, assim, também membro da aristocracia. Eram situações difíceis de acontecer; normalmente as pessoas permaneciam no estamento em que haviam nascido.





ESTAMENTO SOCIAL

A PIRÂMIDE SOCIAL DO ESTAMENTO DURANTE O FEUDALISMO APRESENTAVA-SE DA SEGUINTE MANEIRA:

 (l. nobreza a alto clero, 2.comerciantes, adesões e baixo clero, 3. servos)
A possibilidade de mobilidade de um estamento para outro existia, mas era muito controlada, ainda que factível alguns chegaram a conseguir títulos de nobreza, o que, no entanto, não significava obter o bem maior, que era a terra. Ela era à base de toda riqueza e poder na sociedade feudal, tornando os indivíduos livres e poderosos. A pro-priedade da terra definia o prestígio e poder dos indivíduos. Os que não a possuíam eram dependentes, econômica e politicamente, além de socialmente inferiores. O que explica, entretanto, a relação entre os estamentos é sempre uma relação de reciprocidade.

No caso da sociedade feudal, existia sempre uma série de obrigações dos servos para com os senhores (trabalho) e destes para com os servos (proteção), ainda que camponeses e servos estivessem sempre em situação de inferioridade. Sem nenhuma dúvida, a organização social baseada em estamentos também produz, como na sociedade de castas, uma situação de privilégio para alguns indivíduos. No caso da sociedade estamental, os privilégios estavam diretamente ligados à honra e a terra. Aqueles que dominavam (a nobreza e o clero) eram os que se situavam melhor no código de honrarias que vigorava naquela sociedade.
3). AS CLASSES SOCIAIS
As classes sociais expressam, no sentido mais preciso, a forma como as desigualdades se estruturam nas sociedades capitalistas. KarI Marx foi quem procurou colocar no centro de sua análise a questão das classes. Para ele, dependendo de cada situação histórica, pode-se encontrar muitas classes no interior dessas sociedades. Entretanto, pelo fato de serem capitalistas, isto é, de serem regidas por relações em que o capital e o trabalho assalariado são dominantes, em que a propriedade privada é o fundamento e o bem maior a ser preservado, pode-se afirmar que existem duas classes fundamentais a burguesia (que personifica o capital) e o proletariado (que personifica o trabalho assalariado). Essa desigualdade se explica porque são diferentes as relações que as pessoas mantêm com os elementos de produção (trabalho e meios de produção). O prestígio social está associado às relações entre as pessoas e os elementos da produção: os proprietários dos meios de produção sempre gozam de maior prestígio social do que os trabalhadores.

4)MOBILIDADE SOCIAL

Mobilidade social é a mudança de posição social de uma pessoa num determinado sistema de estratificação social.  Em maio de 1953, Lourenço Carvalho de Oliveira, nascido na pequena aldeia de Vigia, no norte de Portugal, desembarcou no porto de Santos, depois de onze dias de viagem na terceira classe do Vera Cruz. Em sua terra deixara a mulher e três filhos pequenos, vivendo graças à solidariedade de parentes e vizinhos. Foi morar de favor na casa de um primo e arrumou emprego como ajudante num bar. Economizou muito, mandou buscar a família e conseguiu, depois de anos de trabalho e privações, abriu uma pequena venda em sociedade com um amigo. O negócio foi crescendo: primeiro uma mercearia, depois um mercado, a seguir outro e mais outro. Agora, 35 anos depois de chegar ao Brasil, o Sr. Lourenço é dono de uma grande rede de supermercados, tendo se tomado um dos mais influentes membros da Associação Comercial. Seus filhos têm curso superior e um deles é professor na Universidade de São Paulo. Esse caso mostra que os indivíduos, numa sociedade capitalista, estratificada em classes sociais, podem não ocupar um mesmo status durante toda a vida. É possível que alguns deles, que integram a camada de baixa renda (classe C), passem a integrar a de renda média (classe B). Por outro lado, alguns indivíduos da camada de alta renda (classe A), por algum acontecimento, podem ver sua renda diminuída, passando a integrar a camada B ou C.

5)TIPOS DE MOBILIDADE SOCIAL
Fique por dentro
Em uma sociedade aberta e democrática, é comum pessoas de um grupo social passarem para outro grupo, mais ou menos elevado na escala social.
A esse fenômeno, que tanto pode ser ascendente como descendente, dá-se o nome de mobilidade social. No Brasil, a chegada do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em janeiro de 2003 é expressão dessa mobilidade. Com ele, passaram a integrar o governo diversas pessoas provenientes das camadas mais baixas da sociedade. É o caso, por exemplo, de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente , que foi seringueira no Acre e só pôde estudar a partir dos 17 anos.

Tipos de mobilidade social

Quando as mudanças de posição social ocorrem no sentido ascendente ou descendente na hierarquia social, dizemos que a mobilidade social é vertical. Quando a mudança de uma posição social a outra se opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve mobilidade social horizontal.

 VERTICAL poder ser:
- ascendente(subida) - quando a pessoa melhora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo em geral economicamente superior ao de seu grupo anterior;
- descendente (descida) - quando a pessoa piora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo em geral economicamente inferior....O filho de um operário que, pelo estudo, passa a fazer parte da classe média é um exemplo de ascensão social. A falência e o consequente empobrecimento de um comerciante, por outro lado, é um exemplo de queda social.
HORIZONTAL
Uma pessoa que muda de posição dentro do mesmo grupo social. Ex: Um jovem cientista(bolsista) que pretende ser um dentista(prestigio e mais rendimentos). A situação mostra uma pessoa que experimentou alguma mudança de posição social, mas que, apesar disso, permaneceu na mesma classe social.
6)FACILIDADES, OPORTUNIDADES E RESTRIÇÕES.

O fenômeno da mobilidade social varia de sociedade para sociedade. Em algumas sociedades ela ocorre de maneira mais fácil; em outras, quase inexiste no sentido vertical ascendente. Em geral é mais fácil ascender socialmente em São Paulo do que numa cidade do Nordeste. A mobilidade social ascendente também é mais comum na sociedade americana do que no Brasil. Esse tipo de mobilidade é mais intenso numa sociedade aberta, democrática - como os Estados Unidos -, do que numa sociedade aristocrática por tradição, como a Inglaterra. Entretanto, é bom esclarecer que, numa sociedade capitalista mais aberta, dividida em classes sociais, embora a mobilidade social vertical ascen-dente possa ocorrer mais facilmente do que em sociedades fechadas, ela não se dá de maneira igual para todos os indivíduos. A ascensão social depende muito da origem de classe de cada indivíduo. Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidade e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das camadas inferiores. Isso pode ser facilmente verificado no caso dos pretendentes aos cursos universitários. Aqueles que desde o início de sua vida escolar frequentaram boas escolas e, além disso, estudaram em cursinhos preparatórios de boa qualidade têm mais possibilidade de aprovação no vestibular das universidades não pagas, federais e estaduais. É por isso que a maioria dos alunos das melhores universidades são originários da classe média e da classe alta. Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidade e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das camadas inferiores.


Algumas questões do ENEM
1)Os quadrinhos ilustram uma forma comum de explicar a pobreza e as desigualdades sociais. Assinale a alternativa que apresenta pressupostos utilizados pela teoria liberal clássica para compreender a existência da pobreza e que foram também assumidos pela personagem Susanita em suas falas.
a) As desigualdades sociais podem ser compreendidas através da análise das relações de dominação entre classes, que determinam o sucesso ou o fracasso dos indivíduos.
b) A existência da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo das relações de produção resultantes da exploração de uma classe sobre a outra.
c) A divisão em classes sociais no capitalismo está baseada na liberdade de concorrência; assim, a pobreza decorre das qualidades e das escolhas individuais.
d) O empobrecimento de alguns setores sociais no capitalismo decorre da apropriação privada dos meios de produção, que dificulta a ascensão social da maioria da população.
e) O empobrecimento de grande parte da população mundial decorre da definição pelo imperialismo de políticas econômicas discriminatórias.
Resp: C
2) O trecho de Raízes do Brasil ilustra a interpretação de Sérgio Buarque de Holanda sobre a tradição política brasileira. A esse respeito, considere as afirmativas a seguir.
I. As mudanças políticas no Brasil ocorreram conservando elementos patrimonialistas e paternalistas que dificultam a consolidação democrática.
II. A política brasileira é tradicionalmente voltada para a recusa das relações hierárquicas, as quais são incompatíveis com regimes democráticos.
III. As relações pessoais entre governantes e governados inviabilizaram a instauração do fenômeno democrático
no país com a mesma solidez verificada nas nações que adotaram o liberalismo clássico.
IV. A cordialidade, princípio da democracia, possibilitou que se enraizassem, no país, práticas sociais opostas
aos princípios do clientelismo político.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Resp:B
3)Com base na charge e nos conhecimentos sobre a teoria de Marx, é correto afirmar:
a) A produção mercantil e a apropriação privada são justas, tendo em vista que os patrões detêm mais capital do que os trabalhadores assalariados.
b) Um dos elementos constitutivos da acumulação capitalista é a mais-valia, que consiste em pagar ao trabalhador menos do que ele produziu em uma jornada de trabalho.
c) A mercadoria, para poder existir, depende da existência do capitalismo e da substituição dos valores de troca pelos valores de uso.
d) As relações sociais de exploração surgiram com o nascimento do capitalismo, cuja faceta negativa está em pagar salários baixos aos trabalhadores.
e) Sob o capitalismo, os trabalhadores se transformaram em escravos, fato acentuado por ter se tornado impossível, com a individualização do trabalho e dos salários, a consciência de classe entre eles.
resposta: B
4). O que entendemos por distribuição dos indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social. A essa descrição denominamos de:
a) (   ) classe social
b) (   ) mobilidade social


   
c) (   ) estratificação social X     
d) (   ) divisão social
5). São tipos de estratificação social
, exceto:
a) (   ) estratificação econômica
b) (   ) estratificação política
c) (   ) estratificação profissional
d) (   ) estratificação religiosa  X


6). Existem sociedades em que os indivíduos nascem numa camada social mais baixa e podem alcançar, com o decorrer do tempo, uma posição social mais elevada. Esse fenômeno é conhecido como:
a) (    ) estamentação
b) (    ) mobilidade social   X
c) (     ) estratificação social
d) (   ) castação

Bem, penso que aqui está um bom conteúdo, resumido,  sobre o assunto deste bimestre...ok?