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novembro 19, 2012

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL_SUAS CARACTERÍSTICAS- MOVIMENTOS SOCIAIS A PARTIR DA REVOLUÇÃO-2004(CEPAM)


TEXTO- 2º  ANO – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL- CARACTERÍSTICAS-MOVIMENTOS SOCIAIS

 CARACTERÍSTICAS   

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.
Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.

FASES

à1ª fase1760-1860: Limitada a Inglaterra com desenvolvimento da indústria de tecidos e o aperfeiçoamento das máquinas a vapor. Inglaterra, uso do carvão (energia a vapor) e ferro, indústria têxtil, péssimas condições de trabalho, capitalismo industrial (de livre concorrência).
à2ª fase1860-1900:  Espalhou-se pela Europa marcada por inovações como aço, energia, combustíveis petrolíferos, motor a explosão, produtos químicos, etc.  :expansão industrial pela Europa, Japão, e EUA; uso da eletricidade e petróleo com fontes de energia e do aço; indústrias siderúrgica, petroquímica e eletroeletrônica; melhoria nas condições de trabalho, capitalismo financeiro e monopolista (multinacionais).
à3ª fase (1945-até hoje) A partir da ll Guerra Mundial até a atualidade marcada
pelo desenvolvimento da informática e da robótica que gerou uma automação do processo produtivo.: expansão pelo restante do mundo, avanço tecnológico com a informática, robótica, telecomunicações, biotecnologia e engenharia genética; neoliberalismo e globalização, crescente uso de energias alternativas (renováveis).
EXPLICANDO:

1.ª Fase - Primeira Revolução Industrial (1760-1860) - A energia movida a vapor foi usada na extração de minério, na indústria têxtil e na fabricação de uma grande variedade de bens que, antes, eram feitos à mão. O navio a vapor substituiu a escuna e a locomotiva a vapor substituiu os vagões puxados a cavalo. O trabalho físico começou a ser transformado em força mecânica. Teve início o funcionamento do primeiro instrumento universal de comunicação quase instantânea, o telégrafo.
Durante a segunda metade do século XVIII, na Inglaterra uma série de transformações no processo de produção de mercadorias, deram origem ao que se convencionou chamar por 1a Revolução Industrial.
Antes desse processo eram as oficinas artesanais que produziam grande parte das mercadorias consumidas na Europa. Nestas oficinas, também chamadas de manufaturas, o artesão controlava todo o processo de produção. Era ele quem estabelecia, por exemplo, sua jornada de trabalho. Também não existia uma profunda divisão do trabalho (cada um fazendo uma parte do produto). Frequentemente nas oficinas um grupo de dois ou três artesãos se dedicava à produção de uma mercadoria de seu princípio ao seu fim, ou seja fazia a mercadoria como na sua totalidade, sem divisão do trabalho.
 
 
 

Com a Revolução Industrial isso se alterou, os artesão perderam sua autonomia. Com a chegada de novas tecnologia e novas máquinas apareceram as fábricas nas quais todas as modernas máquinas tornaram-se propriedade de um capitalista (burguês). A produção fabril concorrendo com a artesanal levou esta à ruína. Os antigos artesão, então tiveram que se tornar trabalhadores assalariados, estando a partir daí sob o controle do capitalista.

Essa fase da Revolução Industrial foi assinalada pelos seguintes fenômenos: 
invenção do tear mecânico e do descaroçador de algodão e consequente desenvolvimento da indústria têxtil;
invenção da máquina a vapor, que substitui as fontes tradicionais de energia mecânica, como a roda de água, a roda de vento e a tração animal;
uso do coque para a fundição do ferro; a produção de lâminas de ferro e a produção do aço em larga escala;
melhoria no processo de exploração do carvão mineral, com a utilização de máquinas a vapor para retirar a água acumulada nas minas de carvão;
revolução nos transportes e nas comunicações, com a invenção da locomotiva, do navio a vapor e do telégrafo;
progressos na agricultura, com a produção de adubos, melhores grades e arados, invenção da debulhadora e da ceifeira mecânica.
2.ª Fase - 1860 até 1945: Segunda Revolução Industrial (1860-1945) - É caracterizada pela difusão dos princípios de industrialização em diversos países: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Estados Unidos e Japão. O destaque ficou com a eletricidade e a química, resultando em novos tipos de motores (elétricos e à explosão), no aparecimento de novos produtos químicos e na substituição do ferro pelo aço. Houve o surgimento das grandes empresas - que, por vezes, se organizavam em cartéis (grupos de empresas que, mediante acordo, buscam determinar os preços e limitar a concorrência) -, do telégrafo sem fio e do rádio.
As duas primeiras revoluções industriais tinham por objetivo usar a tecnologia para produzir produtos baratos e em grandes quantidades. A substituição do trabalho braçal, na primeira, e o desenvolvimento de sofisticadas estratégias gerenciais, na segunda, não visavam substituir trabalhadores por máquinas, uma vez que os trabalhadores desempenhavam papel central e indispensável no processo produtivo.

Essa fase da Revolução Industrial foi assinalada pelos seguintes fenômenos:  aperfeiçoamento na produção do aço, que superou o uso do ferro; aperfeiçoamento do dínamo; utilização de novas fontes de energia, como o petróleo e a energia elétrica; invenção do motor de combustão interna; emprego dos metais leves, como o alumínio e o magnésio; nova evolução nos transportes, com introdução das locomotivas e dos navios a óleo, invenção do automóvel, do avião, do telégrafo sem fio, do rádio e da televisão; introdução de máquinas automáticas, permitindo a produção em série e provocando um grande aumento na produção.

3ªFase –1945 aos dias de hoje:

Logo após a Segunda Grande Guerra, a economia internacional começou a passar por profundas transformações. Elas caracterizam a Terceira Revolução Industrial, diferenciando-a das duas anteriores, uma vez que engloba mudanças que vão muito além das transformações industriais. 
Essa nova fase apresenta processos tecnológicos decorrentes de uma integração física entre ciência e produção, também chamada de revolução tecnocientífica. 
Os avanços da robótica e da engenharia genética são incorporados ao processo produtivo, que depende cada vez menos da mão-de-obra e cada vez mais de alta tecnologia, pautada por um princípio básico: a produção deve combinar novas técnicas com máquinas cada vez mais sofisticadas, a fim de produzir mais com menos recursos e menos mão-de-obra.
 
Revolução Industrial foi o processo caracterizado pela mudança de uma economia agrária, baseada no trabalho manual, para uma economia dominada pela indústria mecanizada. Teve início na Inglaterra, país que, por volta de 1760, adiantou sua industrialização em 50 anos, em relação ao continente europeu, e assumiu uma posição de vanguarda na expansão colonial.
Essa Revolução caracteriza-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que aumentam a produção, pela divisão eespecialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria. 
Em pouco tempo, os novos modos de produção, marcados pela passagem da manufatura à indústria mecânica, se espalharam pelo mundo. Recordando a história desses novos meios de produção, podemos dividir a Revolução Industrial em três períodos:


NOVAS TECNOLOGIAS

O impacto das novas tecnologias da Terceira Revolução Industrial não se restringe apenas às indústrias, mas afeta as empresas comerciais, as prestadoras de serviços e, até mesmo, o cotidiano das pessoas comuns. Ou seja, trata-se de uma revolução muito mais abrangente. Em termos de magnitude e abrangência, a Terceira Revolução Industrial não se restringe a alguns países europeus, aos EUA e ao Japão, mas se espalha pelo mundo todo. É causa e, ao mesmo tempo, consequência da globalização.
Na atual fase da revolução, o modo de produção difere tanto da produção artesanal - em que os trabalhado-res, com o uso de ferramentas manuais, fabricam cada produto, um de cada vez, de acordo com as

especificações do comprador - quanto da produção industrial ou em massa - na qual os trabalhadores operam equipamentos que produzem produtos padronizados e em grandes quantidades.
Na fase contemporânea da Revolução Industrial, busca-se combinar as vantagens das produções artesanal e industrial, evitando o alto custo da primeira e a inflexibilidade da última. A produção usa metade do esforço humano na fábrica, metade do espaço físico e há investimentos maciços em equipamentos.
Com a aplicação das novas descobertas científicas no processo produtivo, ocorre a ascensão de atividades que empregam alta tecnologia. Como exemplos, temos a informática, que produz computadores e softwares; a microeletrônica, que fabrica chips, transistores e produtos eletrônicos; a robótica, que cria robôs para uso industrial; as telecomunicações, que viabilizam as transmissões de rádio e televisão, a telefonia fixa e móvel e a Internet; a indústria aeroespacial, que fabrica satélites artificiais e aviões; e a biotecnologia, que produz medicamentos, plantas e animais manipulados geneticamente.

 

RUMO À QUARTA REVOLUÇÃO

As novas máquinas são capazes de realizar funções que vão desde a extração de matéria-prima até a distribuição do produto final e a realização de serviços. Os computadores e robôs não são usados para criar novos produtos, como os teares a vapor ou os tornos movidos a motor elétrico, mas, sim, para desempenhar atividades antes executadas por pessoas.
As empresas multinacionais e de informatização, ao substituírem a mão-de-obra humana, contribuem para a eliminação de postos de trabalho, o que amplia o desemprego. Em muitos ramos, quase desapareceram os operários tradicionais. Em outras palavras, as novas tecnologias de produção, somadas a diversas razões de ordem econômica e social, podem levar ao fim de uma sociedade organizada com base no trabalho humano.
Vale lembrar que, atualmente, o mundo ruma na direção da Quarta Revolução Industrial. Estamos ingressando numa revolução que mobiliza as ciências da vida, sob a forma da biotecnologia, assim como várias áreas das ciências exatas e de outros ramos do conhecimento, e que responde pelo nome de nanociência ou nanotecnologia.

Principais alterações após a Revolução industrial:

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.

Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.
Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.
Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).


O PIONEIRISMO DA GRÃ-BRETANHA

 Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural.
A política dos cercamentos de terras foi fruto do contexto comercial do século XVIII, na Inglaterra. Consistia na transformação das terras comuns aos senhores e servos, provenientes da antiga relação feudo-vassálica, em pastos para as ovelhas. A lã era, junto com o carvão e o ferro, um dos pilares da expansão comercial inglesa. Os servos, sem possuírem terras para conseguirem seu sustento, foram forçados a migrar para as zonas urbanas em busca de trabalho, tornando-se mão-de-obra barata e constituindo uma nova classe, o proletariado.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados.
O motor a vapor
As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.

A classe trabalhadora

Na estrutura socioeconômica ocidental fez-se a separação definitiva entre o capital, representado pelos donos dos meios de produção, e o trabalho, representado pelos assalariados. O trabalhador perdia a posse das ferramentas e máquinas, passando apenas da única coisa que lhe pertencia: sua força de trabalho.
A Revolução Industrial estabeleceu a definitiva supremacia burguesa na ordem econômica, acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe operária.
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades. Criando enormes concentrações urbanas; a população de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. Durante o início da Revolução Industrial, os operários viviam em condições horríveis se comparadas às condições dos trabalhadores do século seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um cortiço como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam até a 80 horas por semana. O salário era medíocre (em torno de 2.5 vezes o nível de subsistência) e tanto mulheres como crianças também trabalhavam, recebendo um salário ainda menor.

MOVIMENTOS TRABALHISTAS
Alguns trabalhadores, indignados com sua situação, reagiam das mais diferentes formas, das quais se destacam:
Movimento Ludista (1811-1812)

Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os ludistas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os ludistas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os ludistas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".
Movimento Cartista (1837-1848)
Em sequência veio o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho como: particularmente a limitação de oito horas para a jornada de trabalho, a regulamentação do trabalho feminino, a extinção do trabalho infantil, a folga semanal, o salário mínimo.
Este movimento lutou ainda pelos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (apenas para os homens, nesta época) e extinção da exigência de propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores


As "trade-unions”

Os empregados das fábricas também formaram associações denominadas trade unions, que tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Na segunda metade do século XIX, as trade unions evoluíram para os sindicatos, forma de organização dos trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização, pois o século XIX foi um período muito fértil na produção de idéias antiliberais que serviram à luta da classe operária, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na organização do movimento revolucionário cuja meta era construir o socialismo objetivando o comunismo. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade unions era a greve.
De 1830 a 1929 : A Expansão pelo mundo
Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.
Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial.
Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos EUA em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.

Texto Complementar

A Revolução Industrial
A Revolução Industrial teve início na segunda metade do século XVIII na Inglaterra. (...) O Modo de Produção Capitalista pode ser caracterizado pela introdução da maquinofatura e pelas relações sociais de produção assalariada. Tais relações passaram a predominar a partir do momento em que houve a separação definitiva entre capital e trabalho, reflexo direto da industrialização.
Ao mesmo tempo em que aumentava a produtividade do trabalho, podia-se observar um extraordinário crescimento nas fileiras do proletariado, submetido a dramáticas condições de vida. O trabalho feminino e infantil passou a ser explorado intensamente.
HOBSBAWM, Eric J. As Origens da Revolução Industrial. São Paulo: Global, 1979. pp. 112-115, 121-123 e 124-125.

Luddismo
O luddismo propriamente dito, entre 1811 e 1817, esteve restrito a três áreas e profissões: o West Riding (e os aparadores de tecido), o sul de Lancashire (e os tecelões de algodão) e o distrito de malharia em bastidor centrado em Nottingham, incluindo partes de Leicestershire e Derbyshire.
Trabalhadores com longas tradições artesanais, passando por uma deterioração no seu status. Os aparadores são os que mais se aproximavam da imagem popular dos luddistas. Estavam em conflito direto contra as máquinas que tanto eles como seus patrões sabiam perfeitamente que iriam substituí-los.
Seu status se tornara instável frente às máquinas que poderiam transforma-los quase que da noite para o dia, de uma elite em “uma categoria de homens desnecessária à manufatura”.
A ameaça da carda mecânica era apenas um elemento dentro de uma reviravolta generalizada contra os grandes patrões, que vinham rompendo com os costumes dos trabalhadores e destruindo um modo de vida estabelecido.
Sob um aspecto, o luddismo pode ser visto como a coisa mais próxima a uma “revolta camponesa” de trabalhadores industriais, em vez de saquear os châteaux, atacava-se o alvo mais imediato que simbolizava sua opressão – a maquina movida a vapor.
THOMPSON, E. P. A Formação da Classe Operária Inglesa. A força dos trabalhadores. Trad. Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. (Coleção Oficinas da História; vol. 8). pp. 88-96, 178.

A Indústria Têxtil
O desenvolvimento da máquina a vapor deu um grande impulso na indústria têxtil que tem sido considerada um exemplo clássico de desenvolvimento fabril na Revolução Industrial. Por milhares de anos, os povos usaram de um mesmo método para fiar a lã em estado natural. Realizada a tosquia do carneiro, as fibras de lã eram lavadas e enroladas em cordões, secadas eram amarradas a fusos pesados. A fiação era feita uma a uma, manualmente.
Em 1755, John Kay, inventou a lançadeira volante, que trabalhando com mais fios, possibilitou aumentar a largura dos tecidos e a velocidade da fabricação. Em 1764, James Hargreaves, inventou a maquina de fiar que consistia em uma quantidade de fusos dispostos verticalmente e movidos por uma roda, além de uma gancho que segurava diversos novelos. Em 1769, Richard Arkwright, desenvolveu uma máquina que se associava à máquina a vapor. Essas máquinas passaram a ter uma importância crescente com a substituição da lã pelo algodão. Este era fiado com mais facilidade, e por sua abundância nas plantações do Sul dos EUA permitiu grande desenvolvimento da indústria têxtil.
A Metalurgia
O uso do minério de ferro na confecção de instrumentos e artefatos para auxiliarem o dia-a-dia do homem data da pré-história. Fazendo fogueiras o homem percebeu que algumas pedras se derretiam com o calor e passou a moldá-las. Desde esse momento, vários povos se utilizam da metalurgia. Entretanto, foi durante a Revolução Industrial que novos métodos de utilização do minério de ferro generalizaram essa matéria prima. Entretanto, os ingleses já dispunham de altos fornos para trabalhar o ferro desde o século XV.
A abundância de carvão mineral na Inglaterra possibilitou a este país, substituir as máquinas confeccionadas em madeira por ferro. No processo da chamada Segunda Revolução Industrial, Henry Bessemer, estabeleceu um método inovador de transformação do ferro em aço. Por sua resistência e por seu baixo custo de produção, o aço logo suplantou o ferro, transformando-se no metal básico de confecção de instrumentos e utilitários.
As Grandes Mudanças Sociais
A análise de tantos feitos tecnológicos não poderia ficar carente das mudanças sociais ocorridas neste mesmo período. As empresas industriais perderam totalmente suas feições caseiras adquirindo uma nova forma. Grandes conglomerados econômicos, a crescente participação do setor financeiro na produção industrial - trustes, cartéis, holdings.
Ao lado de uma intensificação da exploração do trabalho operário, da urbanização desenfreada e sem planejamentos, das epidemias provocadas pelo acúmulo de populações nos grandes centros sem infraestrutura, cresciam as fábricas cada vez mais poderosas e determinantes de um processo irreversível.
As nações, por sua vez, buscavam garantir melhores mercados fornecedores de matérias-primas, impulsionando o colonialismo afro-asiático que deixa marcas profundas até os dias de hoje. Ou seja, não é um mero processo de avanço. O avanço tecnológico sempre foi acompanhado, desde o paleolítico de intensas mudanças sociais. Nem sempre positivas.

Derry, T.K. História de la Tecnologia, Siglo Vientiuno, México, 1986.
CHASSOT, A. - A Ciência através dos tempos, editora, moderna, SP, 1994.

EXERCÍCIOS VARIADOS SOBRE REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
 Questões:
01. A enclosure ou cercamento:
a) é o processo de extinção dos campos abertos (open fields), provocando o êxodo rural;
b) provocou a substituição dos grandes domínios rurais pelos pequenos, cuja rentabilidade era maior;
c) implicou uma maior concentração de mão-de-obra agrícola, ao deter a migração para as cidades;
d) foi um fenômeno exclusivo da Inglaterra, não aparecendo em nenhum outro país;
e) ocorreu somente no século XIX, em virtude da estagnação do mercado consumidor.


02. A locomotiva a vapor de Stephenson, o telégrafo elétrico de Morse e o processo Bessemer de fabricação do aço correspondem:

a) à Revolução Industrial antes de 1760;
b) à Revolução Industrial entre 1860 e 1900;
c) às inovações técnicas anteriores a 1860;
d) às inovações técnicas posteriores a 1860;
e) esses inventos ocorreram já no século XX, portanto, na 3ª Revolução Industrial.


03. "Para ele, os fatos econômicos e a luta de classes são o motor da História; o triunfo do proletariado e a implantação de uma sociedade sem classes são o objetivo final. Esse objetivo, contudo, só será alcançado com a união de todos os proletários."

O texto acima refere-se ao criador do socialismo científico:
a) Karl Marxb) Vladimir Lenin
c) Saint-Simon
d) Pedro Kropotkin
e) Adam Smith


04.
O primeiro país a se industrializar na Europa depois da Inglaterra foi:

a) a França
b) a Itália
c) a Rússia
d) a Bélgica
e) a Alemanha


05. Entre os fatores que fizeram da Inglaterra o berço propício à eclosão da Revolução Industrial, podemos citar os seguintes:
a) As condições sociais e políticas da época eram favoráveis.
b) Com a criação do Banco da Inglaterra, essa nação tornou-se o maior centro capitalista da época.
c) O sistema corporativo não chegara a se enraizar desde a Idade Média.
d) A supremacia naval inglesa assegurava o controle das rotas de distribuição de mercadorias.
e) Todas as anteriores.


06. (PUCCAMP) "O produto da atividade humana é separado de seu produtor e açambarcado por uma
minoria: a substância humana é absorvida pelas coisas produzidas, em lugar de pertencer ao homem."

A partir do texto, pode-se afirmar que a Revolução Industrial:
a) produziu a hegemonia do capitalista na produção social;
b) tornou a manufatura uma alternativa para o artesanato;
c) introduziu métodos manuais de trabalho na produção;
d) tornou o homem mais importante que a máquina;
e) valorizou o produtor autônomo.


07. Podemos dizer que a supremacia marítima e comercial da Inglaterra foi um dos fatores decisivos para o
processamento da Revolução Industrial porque:

a) assegurava o fornecimento de matéria-prima;
b) permitia um maior desenvolvimento técnico;
c) eliminava a concorrência francesa;
d) assegurava o mercado para as manufaturas e impunha a diminuição de seus custos de produção;
e) permitia a utilização de mão-de-obra escrava.


08. Thomas Malthus e David Ricardo distinguiram-se respectivamente por suas teorias sobre:

a) população e salário;
b) salário e lucro;
c) população e protecionismo;
d) protecionismo e salário;
e) laissez faire e leis do trigo.


09. (UERJ) Na Revolução Industrial, o pioneirismo inglês resultou de uma série de fatores, entre os quais sua hegemonia marítimo-comercial. A concretização dessa hegemonia ficou evidente quando a Inglaterra adotou a seguinte medida:

a) Decretou os Atos de Navegação.
b) Extinguiu o tráfico de escravos negros.
c) Assinou o Tratado de Methuen com Portugal.
d) Abriu os portos chineses aos navios ingleses.
e) Redefiniu o comércio com o Oriente, graças à Paz de Haia.


10. (CESGRANRIO) A Revolução Industrial transformou profundamente a ordem econômica mundial. Suas origens na Inglaterra relacionam-se com o(a):

a) declínio da monarquia;
b) liberação de mão-de-obra da cidade para o campo;
c) triunfo da ideologia liberal;
d) fortalecimento do sistema familiar de produção;
e) fim da hegemonia marítima.

Resolução:
01. A02. C03. A04. D
05. E06. A07. D08. A
09. A10. C

 
QUESTÕES REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1) "A superioridade da indústria inglesa, em 1840, não era desafiada por qualquer futuro imaginável. E esta superioridade só teria a ganhar, se as matérias-primas e os gêneros alimentícios fossem baratos. Isto não era ilusão: a nação estava tão satisfeita com o que considerava um resultado de sua política que as críticas foram quase silenciadas até a depressão da década de 80."
(Joseph A. Schumpeter, "HISTÓRIA DA ANÁLISE ECONÔMICA")
Desta exposição conclui-se por que razão a Inglaterra adotou decididamente, a partir de 1840, o:
a) isolacionismo em sua política externa.
b) intervencionismo estatal na economia.
c) capitalismo monopolista contrário à concorrência.
d) agressivo militarismo nas conquistas de colônias ultramarinas.
e) livre-comércio no relacionamento
entre as nações.
2) A expansão da Revolução Industrial, ao longo do século XIX, propiciou o surgimento de diversas doutrinas, que buscavam justificar, condenar ou reformar a sociedade capitalista. Assinale a opção que apresenta corretamente uma dessas doutrinas:
a) O Socialismo Utópico defendia a reorganização social baseada na criação de fazendas coletivas agroindustriais (Falanstérios), administradas por famílias nobres.
b) O Anarquismo propunha a extinção do Estado e da propriedade privada como forma de se criar uma sociedade sem desigualdades e com liberdade para os trabalhadores.
c) A Doutrina Social da Igreja, definida a partir da encíclica "Rerum Novarum", valorizava a religião como um instrumento de reforma e justiça social.
d) O Socialismo Científico, ao negar a existência e as implicações econômicas da luta de classes, passou a se preocupar com a construção de uma sociedade futura.
e) A II Internacional Operária refletia os ideais da social democracia alemã ao eleger a luta armada como única maneira de se reformar a sociedade.

3) Na segunda etapa da Revolução Industrial, iniciada por volta de 1860, caracterizou-se um(a):
a) fortalecimento das corporações de mercadores.
b) aumento da utilização da mão-de-obra servil.
c) supremacia do capitalismo financeiro.

d) intensificação das trocas comerciais através das feiras.
e) predominância do sistema familiar de produção.

4) Leia os textos.

"Se alguém for visto falando com outra pessoa, assobiando ou cantando, será multado em 6 pence."
(Documentos Humanos da Revolução Industrial).

"O tempo não me pertence por isso amanhã não poderei ir à sua casa, mas se você puder ir à Praça da Bolsa, entre duas e duas e meia, nós nos encontraremos como sombras miseráveis nas bordas do inferno."
(um marceneiro francês em 1848).

"Pelo que sei do ofício, acredito que hoje um homem trabalha quatro vezes mais que antes. A oficina onde trabalho se assemelha em tudo a uma prisão - o silêncio é aqui aplicado tal qual numa prisão".
(marceneiro inglês em 1849).

A partir desses textos é possível concluir que a Revolução Industrial
a) impôs uma rígida disciplina ao trabalhador assalariado no espaço da fábrica, não interferindo em seu dia-a-dia.
b) introduziu a divisão do trabalho, buscando maior eficiência e permitindo que o trabalhador dominasse o conhecimento das etapas de produção.
c) permitiu a organização do trabalho fabril, buscando uma maior comunicação entre os operários, cujo resultado final foi o aumento da eficiência e da lucratividade.
d) provocou uma transformação social inserindo o trabalhador em novas formas de trabalho, e não foi uma mera aceleração do ritmo econômico.
e) simplificou o trabalho ao máximo, reduzindo-o a simples tarefas manuais, o que diminuiu a exploração do trabalhador.

5) "Na manufatura e nos ofícios, o trabalhador serve-se dos instrumentos; na fábrica, ele serve a máquina. No primeiro caso, ele é quem move o meio de trabalho; no segundo, ele só tem que acompanhar o movimento. Na manufatura, os trabalhadores são membros de um mecanismo vivo; na fábrica são apenas os complementos vivos de um mecanismo morto que existe independente deles."
(Karl Marx, "O Capital".)

Estas críticas de Marx ao sistema industrial nos revelam algumas das transformações por que passava a economia capitalista na metade do século XIX. Sobre estas transformações, é correto afirmar que:
a) a manufatura e a fábrica permitiam um enorme aumento da produtividade industrial, o qual se beneficiaram os trabalhadores, pois passaram a trabalhar menos com maiores ganhos salariais.
b) o desenvolvimento do sistema fabril, com a introdução de máquinas sofisticadas e o aprofundamento da divisão do trabalho, permitiu um incrível aumento de produtividade às custas da desqualificação dos ofícios manuais.
c) o aumento da produtividade industrial só foi possível pelo aumento da carga de trabalho (mais quantidade e maior intensidade) imposta aos operários pelos sindicatos, na tentativa de obter salários maiores.
d) a fábrica dispensa o trabalho manual, executando todas as tarefas através de máquinas e o trabalhador passa a ganhar seu salário sem trabalhar.
6) A partir da Segunda Revolução Industrial, desencadeou-se um processo no qual os monopólios dos países capitalistas, além de procurarem novas fontes de matérias-primas e outros mercados consumidores para a crescente produção industrial, investiram capitais em outros países. Assinale a alternativa que corresponde a esta fase do capitalismo:
a) Mercantilista
b) Protecionista
c) Concorrencial
d) Comercial
e) Imperialista

7) Na segunda metade do século XIX configurou-se uma nova etapa do processo de desenvolvimento da Revolução Industrial, que, dentre outras, apresentou a seguinte característica:
a) declínio das exportações de capitais para áreas de investimento fora da Europa industrializada, tais como a África e a Ásia.
b) fim da política de expansão imperialista dos países europeus que haviam alcançado a industrialização.
c) supremacia do sistema familiar de produção, que passou a atender às necessidades do mercado consumidor.
d) concentração da produção industrial em grandes empresas com o fortalecimento do capital monopolista.
e) consolidação da livre concorrência entre as empresas capitalistas facilitada pelo retorno da legislação colonial.
8) Podemos dizer que, na segunda metade do século XIX, iniciou-se a "era do petróleo e da eletricidade". A partir de 1870, principalmente, houve não só uma gigantesca expansão da economia mundial, firmemente sustentada na industrialização de numerosos países, como a aceleração da produção de mercadorias e grande concentração de capitais para investimento.
A respeito dessas transformações, é correto afirmar que
a) marcaram a passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril, concentrando-se, principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
b) demonstraram o declínio do capitalismo monopolista, com a perda de poder das grandes corporações, e a sua substituição por um sistema de livre concorrência.
c) estão relacionadas à chamada Segunda Revolução Industrial, marcada pela substituição das pequenas unidades fabris por complexos industriais com processos de produção mais sofisticados e pela concentração maciça de capital para os investimentos de base.
d) ficaram restritas à Europa, não chegando a atingir os Estados Unidos, que só se industrializaram a partir do período pós-guerras.
e) tornaram possível prescindir de mercados fornecedores de matérias-primas, em vista das transformações tecnológicas ocorridas, o que fortaleceu o isolamento da Europa.

9) No final do século XIX deu-se a passagem do capitalismo de livre concorrência para o capitalismo dos monopólios. Neste período situa-se a fase em que, para as grandes potências industriais, a exportação de capitais tornou-se mais importante do que a exportação de mercadorias.
Esta é uma das explicações para
a) a origem do imperialismo.
b) o pioneirismo industrial britânico.
c) o surgimento dos bancos.
d) a eclosão da Guerra Fria.
e) a formação do mercado comum europeu.

10) Sobre a Segunda Revolução Industrial é INCORRETO afirmar que:
a) implementou nas indústrias as linhas de montagens, esteiras rolantes e o método de racionalização da produção em massa, chamado de fordismo.
b) possibilitou o desenvolvimento de grandes indústrias e concentrações econômicas, que culminaram nos "holdings", trustes e cartéis.
c) a utilização da energia elétrica e do petróleo possibilitaram a intensificação do desenvolvimento tecnológico, permitindo a sua produção em grande escala.
d) estabeleceu uma nova e acirrada disputa entre as grandes potências industriais que buscavam o aumento de seus lucros e uma saída para seus excedentes de produção e capitais.
e) caracterizou-se pelos avanços ultra-rápidos, que resultaram na obsolescência também veloz especialmente na microeletrônica, na robótica industrial, na química fina e na biotecnologia.


GABARITO

1-E 2-B 3-C 4-D 5-B 6-E 7-D 8-C 9-A 10-E

novembro 03, 2012

Sociologia: Etnocentrismo, relativismo cultural e multiculturalismo -3001-3002



 Etnocentrismo, relativismo cultural e multiculturalismo

MULTICULTURALISMO
O Multiculturalismo ou Relativismo Cultural é uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos.
O relativismo cultural defende que o bem e omal, o certo e o errado, e outras categorias de valores são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade.
INTERCULTURALISMO
O interculturalismo é a integração de indivíduos e grupos étnicos minoritários numa sociedade com uma cultura diferente. Assim, estas minorias étnicas poderiam expressar e manter elementos distintivos da sua cultura ancestral, especialmente em relação à língua e à religião.
Ex:A integração de estudantes africanos nas escolas portuguesas prende-se diretamente com o conceito de interculturalismo
Podemos dizer que o interculturalismo defende a ausência de desvantagens sociais e económicas ligadas a aspectos étnicos ou religiosos; a oportunidade de participar nos processos políticos, sem obstáculos do racismo e da discriminação e o envolvimento de grupos minoritários na formulação e expressão da identidade nacional.
modelo intercultural afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem imposições.
O interculturalismo consiste em pensar que nós nos enriquecemos através do conhecimento de outras culturas e dos contatos que temos com elas e que desenvolvemos a nossa personalidade ao encontrá-las. As pessoas diferentes deveriam poder viver juntas apesar de terem culturas diferentes. O interculturalismo é a aceitação e o respeito pelas diferenças. Crer no interculturalismo é crer que se pode aprender e enriquecer através do encontro com outras culturas.
A ONU é uma organização que integra pessoas de culturas diferentes, que lutam por um bem comum, ajudando a integrar outras culturas noutras comunidades.

UNIDOS PARA UMA AÇÃO INTERCULTURAL
ETNOCENTRISMO
O etnocentrismo é a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo social, que se considera o sistema de referência, julga outros indivíduos ou grupos à luz dos seus próprios valores. Pressupõe que o indivíduo, ou grupo de referência, se considere superior àqueles que ele julga, e também que o indivíduo, ou grupo etnocêntrico, tenha um conhecimento muito limitado dos outros, mesmo que viva na sua proximidade.
O termo etnocentrismo foi utilizado pela primeira vez em 1906, e corresponde à atitude pela qual os hábitos ou comportamentos próprios são acriticamente encarados como sendo indiscutivelmente superiores aos hábitos ou comportamentos de outrem.
«É a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo toma como referência os valores partilhados no seu próprio grupo, quando avalia os mais variados assuntos.
«É uma atitude que encara o próprio grupo como se fosse o centro da realidade.
«O termo é também utilizado para criticar os cientistas sociais que apresentam visões acusadas de estreitas e preconceituosas acerca dos grupos ou sociedades estudados.
EX: temos o regime Nazista, que acreditava na sua supremacia e que deveria existir apenas uma única raça, a Ariana.  As pessoas que não correspondiam à definição da constituição física desta raça eram executadas.

O etnocentrismo é considerado um julgamento da cultura do “outro”, em que a nossa cultura é tomada como única referência. Dessa forma negamos o “outro” muitas vezes sem mesmo conhecer melhor a sua cultura, criamos assim uma imagem distorcida e manipulada da realidade social e cultural. Quando nossas atitudes ou olhares sobre o “outro” são caracterizados pelo etnocentrismo, a nossa sociedade é representada como melhor e superior, como modelo de cultura e civilização. Ao passo que a sociedade, a cultura, ou até mesmo o próprio “outro” é considerado inferior, atrasado, selvagem. Isso lhe faz lembrar algo? Alguma semelhança com o primeiro conta todos europeus com os povos da América?
Mas como falamos anteriormente, não precisamos ir muito longe nem no tempo, nem no espaço; no nosso dia-a-dia muitas vezes temos atitudes como estas diante de grupos com os quais temos contato quase que diário negros, mulheres, homossexuais, portadores de necessidades especiais, moradores de rua, idosos, acabam sendo rotulados ou estereotipados por nós quando nos deparamos com seu modo de ser e viver, eventualmente diferente do nosso. Ao transformarmos as diferenças em obstáculos para nos aproximarmos ou nos relacionarmos com tais pessoas e emitir juízo de valor sobre seu modo de ser e viver estamos tendo atitudes etnocêntricas.

RELATIVISMO  CULTURAL
Princípio que afirma que todos os sistemas culturais são intrinsecamente iguais em valor, e que os aspectos característicos de cada um têm de ser avaliados e explicados dentro do contexto do sistema em que aparecem.
Ex: A comunidade Hippie é um exemplo de relativismo cultural, são respeitados pela sociedade e respeitam-na, mas não vivem segundo os seus costumes e ideais, e vivem  sem seguir as tendências da sociedade.

ETNOCENTRISMO E  RELATIVISMO CULTURAL
Você já ouviu falar destes dois termos? Imagino que você deva estar aprendendo um monte de coisas novas, termos e conceitos, não é? Esperamos que eles sejam de muita valia para a sua vida profissional e pessoal. Você lembra que em alguns momentos falamos que os europeus, quando se lançaram ao mar nas grandes navegações, consideravam o “outro” – geralmente o nativo das terras “recém-descobertas” – inferior? E você lembra porque eles se referiam ao outro desta maneira? Pois bem, agora você vai estudar um pouco mais sobre um importante conceito que está intrínseco nestas ideias e em muitas outras de grandes pensadores, antropólogos, historiadores e até cientistas que entraram em contato com povos desconhecidos e desenvolveram estudos acerca dos mesmos, e que muitas vezes ainda se fazem presentes nas atitudes das pessoas mais comuns – como nós! Ao depararmos com formas de viver e de ver o mundo diferente das nossas, muitas vezes acabamos emitindo juízos de valor acerca de tais realidades, essa observação nos remete ao que pode ser chamado de etnocentrismo.
As culturas são diferentes umas das outras, e nesse sentido o relativismo cultural defende o pressuposto de que as análises e estudos devem ser sempre relativas a cultura na sua origem, sendo assim impossível a aplicação de normas e valores absolutos em tais estudos.
Relativizar, portanto, é não transformar a diferença em hierarquia, não valorar aos seres humanos com base em critérios de superioridade e de inferioridade, ou conceber diferentes culturas sob uma perspectiva dicotômica de bem e mal; é preciso vê-las sob sua dimensão de riqueza, o que de corre da diferença.


GUERRA FRIA_ PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DURANTE ESSE PERÍODO-QUESTÕES COMENTADAS

GUERRA FRIA_ PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DURANTE ESSE PERÍODO-Globalização e neo
Questões de Vestibular Comentadas (3001-3002-3003-3004-3005-3007-3008)

Cogumelo formado pela bomba atômica


O QUE  FOI A GUERRA FRIA?
A Guerra Fria foi um evento mundial que aconteceu no período pós-guerra e perdurou até o início dos anos 90. Nela, não havia batalhas entre as forças bélicas, nem ataques diretos; entretanto, o que aconteciam eram as famosas corridas, buscas pela hegemonia mundial e se deu entre os Estados Unidos e União Soviética, respectivamente, capitalismo e socialismo.
Os dois regimes econômicos pelejavam, por um lado, o capitalismo com os Estados Unidos e por outro, a União Soviética e os demais países comunistas. O sistema econômico representado pelo país do Tio Sam visava o lucro. As propriedades privadas são detentoras dos meios de produção e distribuição e trabalham com a lei da oferta e procura. De acordo com os americanos, o capitalismo simbolizava a liberdade, uma vez que cada indivíduo poderia ser dono do próprio negócio, pagar seus funcionários e investir onde bem entendesse.
No período posterior à Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), mais países adotaram o socialismo ao invés de continuar com o capitalismo, que foram: a formada União Soviética, a China, a Coreia do Norte, Cuba, Polônia, Iugoslávia e o Vietnã. Os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, os países da América do Sul e da Europa Ocidental continuaram com o capitalismo.
Foi no ano de 1947, que começou a disputa da hegemonia do mundo e o duelo entre as duas grandes economias, o capitalismo e o socialismo. Ambos apresentavam mudanças para a sociedade: de um lado, os Estados Unidos  enfatizavam a respeito da liberdade e democracia do capitalismo e, por outro ponto de vista, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) mostrava o socialismo como solução dos problemas da sociedade, tais como: o desemprego, a desigualdade social e afins.
A União Soviética também dominava a Europa; porém, ocupava a parte do leste – o continente era dividido em oriental e ocidental – e uma enorme faixa, na parte norte, do território asiático. Nada comparado ao domínio norte americano, uma vez que os locais ocupados pelo exército vermelho (URSS) eram de regiões agrícolas, ou seja, não contavam com muitos recursos.Outro ponto contra a URSS foi a questão de que o país recebeu algumas batalhas da Segunda Guerra Mundial. A União Soviética teve perdas absurdas nesse período de 1939 a 1945. Foram mais de 20 milhões de mortos no país, uma perda inestimável para eles. Enquanto que os americanos perderam cerca de meio milhão em combates. A União Soviética já não se encontrava nas melhores condições. Os soviéticos tiveram grande parte de sua estrutura abalada, devido aos resquícios da Segunda Guerra Mundial.
EINSTEIN
Após anos de batalha entre os dois sistemas econômicos, é possível destacar que o capitalismo impera desde o fim da guerra, em 1991. A maioria dos países adotou tal sistema político-econômico e as heranças deixadas por ele são visíveis nos dias de hoje. Atualmente, os países que continuaram com o sistema socialista que, na verdade, tendem mais para uma economia planificada cujos princípios são semelhantes; Cuba, Coreia do Norte e Mianmar.
A paz era impossível porque os interesses de capitalistas e de comunistas eram inconciliáveis por natureza. E a guerra era improvável porque o poder de destruição das superpotências era tão grande que um confronto generalizado seria, com certeza, o último. Hoje, podemos ver isso claramente. Mas, na época, a situação se caracterizava como o equilíbrio do terror.
Einstein e a bomba atômica


Paralelamente à Guerra Fria, aconteceram muitos fatos marcantes da história. Entre eles, há a Guerra da Coreia, o único confronto militar direto do período da guerra entre os dois grandes blocos econômicos, não podemos deixar de lembrar da Guerra do Vietnam . A Queda do Muro de Berlim, a Corrida Espacial, o Fim da Guerra Fria e a Segunda Guerra Fria são outros acontecimentos importantes do período.



GUERRA IDEOLÓGICA:
A propaganda ideológica
Na Guerra Fria, os temas da propaganda ideológica eram complexos porque envolviam ideais distintos de vida, democracia e felicidade. No bloco soviético, por exemplo, esses ideais refletiam o processo político desencadeado com a Revolução de 1917.
A União Soviética surgiu em 1922, dentro dos planos da Revolução Russa liderada por Vladimir Lênin e Leon Trotsky. Os bolcheviques idealizavam uma sociedade igualitária, com direitos e deveres iguais para todos, sem a exploração do homem pelo homem. O Estado passaria a proprietário das terras, da grande indústria e dos bancos. Uma sociedade sem desigualdades e sem classes sociais.
Mas a Rússia de 1917 era um país essencialmente rural. Era necessário realizar um salto tecnológico, como forma de se criar empregos. Segundo Lênin, o sucesso do socialismo dependia do sucesso do programa de industrialização do país. Essa imagem, associando felicidade e produção industrial, perduraria por toda a existência da União Soviética.
Nos primeiros anos da revolução, a indústria do cinema soviético já aparecia como um veículo de reforço dos ideais socialistas. Foram produzidos filmes como o clássico "O Encouraçado Potemkin" e "O Fim de São Petersburgo".
Divisão da Alemanha após o pacto de Varsóvia


A CORRIDA ARMAMENTISTA...TORTURA PSICOLOGICA...
O filme "O Planeta dos Macacos", que mostra as dificuldades do ser humano na Terra no ano de 3.978, é um exemplo da preocupação do cinema norte-americano em abordar o tema da devastação nuclear, tão comum no período da Guerra Fria. Diversos filmes tratam do assunto, como "Síndrome da China" e "The Day After", na tentativa de fazer um alerta sobre os perigos da guerra nuclear. O surgimento da bomba atômica teve sérias implicações históricas, políticas e culturais. Durante o período da Guerra Fria, o pesadelo da chamada "hecatombe nuclear" rondou a vida dos habitantes do planeta. Acreditava-se que o ataque de um dos lados, num momento qualquer, desencadearia uma guerra que poria fim à vida humana na Terra.
Nós vamos ver de que modo a bomba atômica surgiu e se transformou num dos elementos principais do jogo de poder entre Estados Unidos e União Soviética. Um jogo macabro conhecido como "o equilíbrio do terror".
 O início da corrida armamentista nuclear foi marcado por um apelo de Albert Einstein ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, numa carta enviada em 1939. O físico alemão mostrava-se preocupado com a possibilidade de Hitler ter acesso à tecnologia nuclear antes dos americanos. Roosevelt decidiu ampliar os investimentos em pesquisas e determinou, em 1942, o início do Projeto Manhattan, voltado ao desenvolvimento da bomba atômica. Três anos depois, em julho de 45, a equipe de Robert Oppenheimer fez o primeiro teste bem sucedido de explosão nuclear no deserto de Alamo gordo, no estado americano do Novo México.
Na mesma ocasião, realizou-se na Alemanha a Conferência de Potsdam. O presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, negociou com Josef Stalin, da União Soviética, e Winston Churchill, da Grã-Bretanha, a nova divisão do mundo após a Segunda Guerra. Informado do sucesso dos testes no Novo México, Truman endureceu sua posição na conferência e tentou limitar a influência soviética na Europa.
Churchill ,Trumam e Stalin

Para muitos historiadores, o marco inicial da Guerra Fria foi o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa perspectiva, a destruição das duas cidades nada teve a ver com o Japão, já militarmente derrotado, e sim com a divisão geopolítica do mundo. O propósito dos Estados Unidos, para esses historiadores, foi de intimidar Moscou e conter o avanço do comunismo.
Em fevereiro de 47, Truman fez no Congresso americano um discurso que mais tarde ficaria conhecido como "Doutrina Truman". O presidente prometia acabar com a chamada "ameaça comunista" em qualquer parte do mundo onde ela surgisse. Era apenas o início de uma longa temporada de tensões internacionais que caracterizariam a Guerra Fria. A Europa se divide
Em abril de 1949, diversos países ocidentais, sob a liderança dos Estados Unidos, criaram a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte. A aliança consagrava, no aspecto militar, a divisão da Europa em dois blocos antagônicos. Os primeiros países a integrar a OTAN foram Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Canadá, Bélgica, Dinamarca, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Portugal. Em 52, entraram a Grécia e a Turquia. Em 55, a Alemanha, e em 82, a Espanha.
A situação esquentaria ainda mais em agosto de 49, quando a União Soviética faria seu primeiro teste nuclear bem sucedido.
O antagonismo na Europa ficou mais evidenciado com a divisão da Alemanha em dois países, ainda em 49. A área ocupada pelo Exército soviético tornou-se a República Democrática da Alemanha e passou a integrar o bloco socialista. Sua capital era a parte oriental da cidade de Berlim, também dividida em duas.

CRIAÇÃO DA OTAN   
Em abril de 49, antes mesmo do fim do bloqueio de Berlim, os Estados Unidos criaram a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, com a participação do Canadá, França, Grã-Bretanha, Bélgica, Dinamarca, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Portugal. A Grécia e a Turquia ingressariam em 52, a Alemanha Ocidental em 55 e a Espanha em 82.
Uma das principais resoluções da OTAN garantia a defesa em bloco no caso de um ataque armado a qualquer país membro da organização. Os Estados Unidos queriam assegurar a hegemonia militar na Europa capitalista, e também garantir um ataque rápido e eficiente no caso de um confronto com a União Soviética.
No momento de criação da OTAN, tropas soviéticas e americanas realizavam manobras provocativas nas fronteiras da Alemanha. Eram tensas as relações entre Washington e Moscou.
Em março de 53, Stalin morria sem ter presenciado qualquer turbulência mais séria num país sob influência soviética. O primeiro conflito aconteceria logo em seguida, em junho, quando uma greve de operários de Berlim Oriental seria reprimida com violência pelo exército da Alemanha socialista.
O Muro de Berlin foi construido em 24 horas
Com a morte de Stalin, teve início uma guerra surda na cúpula do Partido Comunista soviético. Em setembro de 53, Nikita Khruschev foi eleito primeiro-secretário do Partido. Mas o novo líder consolidaria seu poder somente em 1955. Para se fortalecer no Partido e isolar os adversários, Khruschev adotou uma linha reformista e rompeu com o stalinismo, denunciando os crimes de Stalin durante o Vigésimo Congresso do Partido Comunista, em 1956. Na área da política externa, o novo líder propôs o diálogo e a coexistência pacífica.
O mito das duas potências

A ESPIONAGEM ...007
Um dos temas mais frequentes nas telas de cinema a partir da década de 60 é a espionagem. Cineastas americanos e europeus produziram aventuras, dramas e comédias com espiões dos mais diversos tipos. Quando o assunto é espionagem, a primeira coisa que geralmente nos vem à cabeça é a figura do superespião James Bond. "Moscou Contra 007" é o segundo filme da série baseada nos livros de Ian Fleming, ele mesmo um ex-agente britânico em Moscou, nos anos 50.
Os filmes de James Bond, feitos na Inglaterra, estão diretamente ligados ao período de tensão entre as superpotências, e dão uma ideia da importância do cinema no cenário da Guerra Fria. Mostram as aventuras de um sedutor espião ocidental em luta contra vilões aparentemente a serviço da União Soviética. Por mais que se fale em agentes americanos e soviéticos, curiosamente o espião mais célebre do cinema é britânico e está a serviço de Sua Majestade.
É verdade que, no mundo real, os serviços secretos europeus estiveram bem ativos durante o período da Guerra Fria. Mas as duas grandes forças da comunidade de informações eram mesmo a CIA e a KGB. E é sobre o mundo real da espionagem que vamos falar hoje. Um mundo desprovido de conceitos como moral e ética, em que para cada espião infiltrado num país estrangeiro existia um batalhão de funcionários públicos anônimos, encarregados de coletar dados na imprensa e tabular informações fornecidas por embaixadas e consulados. Uma rotina que fazia parte de uma história ainda muito mal contada.

CONFERÊNCIA DE YALTA
Na conferência de Yalta, realizada logo após o fim da Guerra ficou estabelecida a divisão do mundo em áreas de influência, ou seja, cada parte do planeta ficaria sob o controle de uma das superpotências e uma não deveria interferir na zona de influência da outra. A década de 50 e 60 foi marcada por momentos de tensão e intolerância, pois os dois sistemas (capitalista e socialista) eram vistos da forma mais negativa possível. Os dois países possuíam armas nucleares; porém, os dois lados estavam cientes que uma guerra naquele momento poderia destruir o mundo.
Por esta razão tentavam influenciar a humanidade tomando o máximo de cuidado para não provocar uma Guerra Nuclear Internacional, como isso, a tensão diminuiu.

A Era de Mao Tse-tung
A luta dos comunistas pela tomada do poder na China começou em 1921, com a criação do Partido Comunista em Xangai. Mao Tsé-tung foi um dos fundadores. Até 1927, os partidos Comunista e Nacionalista agiam em frente única contra os caudilhos militares que dominavam quase todo o país. Com o rompimento da frente única, o Kuomintang assumiu o controle do país, enquanto os comunistas refluíam para o campo. Teve início, nessa época, uma guerra civil que se estenderia por 10 anos.
Mao Tse-Tung
A luta entre Mao Tse-tung e Chiang Kai-shek foi interrompida em 1937, quando os dois partidos uniram forças para combater o invasor japonês. A trégua durou até a derrota dos japoneses e o fim da Segunda Guerra, em 45.   
Acuados pelas forças de Mao, os nacionalistas fugiram para a ilha de Taiwan, conhecida também como Formosa. Lá, Chiang Kai-Shek continuou a encabeçar o governo da República da China. Garantido pelo apoio norte-americano, Chiang tomou para si o assento da China nas Nações Unidas e em seu Conselho de Segurança.
Em outubro de 49, Mao Tse-tung chegava ao poder. Com uma área de 9 milhões e 600 mil quilômetros quadrados e 21 mil quilômetros de fronteiras com 14 países, a China contava na época mais de 500 milhões de habitantes.
As manifestações organizadas pelos estudantes aconteceram entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989, em plena Praça Tiananmen, que ficou conhecida como Praça da Paz Celestial.Um jovem parou os tanques de guerra na China !Aonde está esse estudante? Veja o filme até o fim e pense..... 
Washington passou a temer que a vitória comunista na China provocasse uma reação revolucionária em cadeia em toda a Ásia do Pacífico. Para a Casa Branca, o próprio Japão, com a economia devastada pela Guerra, era um forte candidato a se tornar comunista. Os Estados Unidos, fiéis à doutrina Truman, estudavam uma intervenção militar na região

O TERCEIRO MUNDO: O ORIENTE MÉDIO
O Oriente Médio é uma das regiões mais fascinantes do planeta. Habitado desde tempos imemoriais, é uma área estratégica do ponto de vista econômico, principalmente por causa do petróleo. É também um importante cenário geopolítico e militar, porque serve de passagem entre a Europa e a Ásia.

Comparação do 1º mundo e o 3º mundo
Com essas características, o Oriente Médio tornou-se um dos centros nevrálgicos da Guerra Fria. A criação do Estado de Israel, em 1948, agitou um passado milenar, que logo seria submetido ao jogo de xadrez das superpotências.
Em 1979, um fato novo desafiou Washington e Moscou. A revolução xiita do aiatolá Khomeini, no Irã, deu uma demonstração do poder latente da religião islâmica, com milhões e milhões de fiéis no mundo todo. Na verdade, a Guerra Fria no Oriente Médio sempre esteve filtrada pela força do Islã. É o que vamos ver a partir de agora.

  ANOS 40: SURGE O ESTADO DE ISRAEL
Desgastados e impossibilitados de dar uma solução satisfatória para os conflitos, os britânicos decidiram abandonar a Palestina, passando o problema para a ONU. Em 1948, as Nações Unidas aprovaram a partilha da Palestina entre os Estados árabe e judeu. Havia um clima internacional favorável à criação de Israel, por causa do holocausto praticado pelos nazistas. Mas havia também muitos interesses geopolíticos em jogo.
Criação do Estado de Israel
Estava começando o período de tensão entre as superpotências, que iria se estender até o fim dos anos 80. Dessa forma, podemos dizer que os acontecimentos que conduziram à criação de Israel e transformaram o Oriente Médio foram influenciados pela lógica da Guerra Fria.
"Durante os anos mais sombrios na Europa, há 60 anos, não havia um exército para defender o povo judeu. Hitler sabia disso e aproveitou. Surgiu o Estado de Israel, que inseriu o judeu de novo no contexto da sociedade, no contexto do mundo. Os princípios da justiça social, dos direitos humanos, os princípios, valores e ideais dos fundadores do Estado de Israel continuam. E são estes os ideais que servem como uma inspiração. Israel, espero, vai voltar a ser uma luz para todos os povos, achando um modus-vivendi pacífico, justo, com os palestinos. Somos todos iguais, somos todos filhos de um único Deus. Portanto, devemos transcender os acordos de paz e transformá-los em relações de paz."

Presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista O dirigente soviético Josef Stalin acreditava que Israel poderia se tornar um país simpático à União Soviética, já que milhares dos imigrantes judeus de nacionalidade russa eram socialistas. Por outro lado, a França, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos viam em Israel um provável representante dos interesses ocidentais, numa região estratégica.
Os palestinos e os Estados árabes não aceitaram a criação do novo país. Eclodiu assim a primeira guerra árabe-israelense. Israel venceu o conflito em 1949. O Estado árabe-palestino desapareceu, dividido entre Israel, Jordânia, que ficou com a Cisjordânia, e o Egito, que ficou com a Faixa de Gaza.

A crise do Canal de Suez
Sete anos depois, em 1956, o Oriente Médio seria palco de uma nova guerra. Dessa vez, pela posse do Canal de Suez.
O Egito era governado por Gamal Abdel Nasser, um político carismático e nacionalista. Ele fazia parte de um grupo de militares que derrubou a monarquia egípcia em 1952, instituindo um governo favorável a unificação de todos os árabes numa única grande nação. Nasser nacionalizou o Canal, desafiando abertamente britânicos e franceses. Além disso, proibiu o tráfego de navios israelenses, estrangulando o fornecimento de petróleo ao Estado judeu.
Divisão das terras entre judeus e palestinos e a
formação  da faixa de Gaza
Em resposta, Israel, França e Grã-Bretanha organizaram uma ação militar conjunta contra Nasser. O chefe de Estado egípcio teria sido derrotado não fosse a intervenção americana e soviética no conflito. Os soviéticos queriam evitar que o Egito fosse novamente controlado pelos europeus aliados dos Estados Unidos. E Washington não estava disposto a brigar com Moscou pelo Canal de Suez. A saída foi um acordo: franceses e britânicos teriam de aceitar a nacionalização do Suez. E os egípcios, em compensação, teriam de garantir a todos o direito de utilizar o Canal.
A Guerra do Suez é um exemplo de que não eram os interesses nacionais que determinavam o curso dos acontecimentos, e sim a lógica da Guerra Fria. No caso do Egito, prevaleceu o jogo de equilíbrio entre Washington e Moscou.

A Guerra da Coreia (1950 – 1953)
A guerra iniciou-se em 25 de junho de 1950 e envolveu as forças armadas. De um lado, Estados Unidos e o Reino Unido, em favor da Coreia do Sul, enquanto que, do lado comunista, a China e a União Soviética, aliadas da Coreia do Norte. O estopim da guerra se deu pela invasão das tropas norte-coreanas à Coreia do Sul, após ataque surpresa.
No dia seguinte, foi declarada a Guerra da Coreia. As tropas sul-coreanas abandonaram a capital, Seul. Diante disso, os invasores do norte tomam conta do território apoiado pelo eixo capitalista. As Nações Unidas não aceitaram e pediram aos Estados Unidos que enviassem suas forças armadas, a fim de pelejar e estabelecer, novamente, o domínio da Coreia do Sul sobre o território invadido.
Os norte-coreanos seguem com sua investida e capturam a cidade sul coreana de Inchon, que fica próxima à capital, Seul – a Coreia do Norte já havia tentado, por várias vezes, derrubar o governo capitalista do seu país vizinho.
Os invasores tinham um material humano que chegava a 70 mil combatentes, enquanto que os norte-americanos vinham com o dobro desse exército, somando 140 mil soldados. As tropas das Nações Unidas retiraram as tropas rivais da Coreia do Sul, num acontecimento que pode ter sido o mais brutal da história das Coreias.
A Guerra da Coreia acabou em 27 de julho de 1953. O conflito mais violento da história deixou muitas marcas. O acordo que foi assinado, em Panmunjon, em julho. A herança da guerra é a divisão da Coreia e, na época, cerca de 3,5 milhões de mortos. As tropas das Nações Unidas foram afastadas com ajuda da República da China.
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A Corrida Espacial (1957)
Os rápidos avanços da tecnologia se deram no período da Guerra Fria. A Corrida Espacial aconteceu no final dos anos de 1950. A União Soviética, como estratégia de defesa a possíveis ataques dos americanos, decidiu investir em estudos mais avançados. Em 1957, eles dão início à chamada Corrida Espacial.
Sputnik foi o primeiro satélite artificial lançado no espaço. A tecnologia soviética serviu para progressos no campo científico, o que abriu horizontes para as pesquisas espaciais. Uma esfera de meio metro, aproximadamente, e com cerca de 80 kg subiu ao espaço. O satélite transmitia e recebia sinais de rádio.
Em novembro de 1957, os soviéticos mandaram outro artifício ao espaço. Agora, uma segunda versão do Sputnik. Estava a bordo do Sputnik II, o primeiro ser vivo a entrar em órbita, a cadela Laika. A estratégia dos soviéticos chamou a atenção dos americanos, que despertaram criando sua primeira invenção no ano seguinte.
O Explorer I foi lançado no ano de 1958, inserindo os norte-americanos na corrida. Porém, dessa vez, os soviéticos tomaram a dianteira, pois já tinham outro projeto, o Vostok I, que tinha a bordo, nada mais, nada menos que Yuri Gagarin, o primeiro homem a ir e voltar ao espaço a salvo. A cadela Laika morreu queimada após um erro com o sistema de refrigeração do Sputnik II.
O espaço não era o limite. O presidente americano, John F. Kennedy, cobiçava a Lua como lugar a ser alcançado. E mais, queria homens americanos pisando nela. Os soviéticos tentaram tal projeto, mas o máximo que conseguiram foi enviar um artefato chamado de Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os americanos, com o Apollo 8.
Finalmente, o homem chega à Lua. O Apollo 11, com Neil Armstrong e Edwin Aldrin, pisaram e caminharam, segundo os americanos, em solo lunar. O presidente americano, Ronald Reagan, criou uma estratégia anti-guerra, a qual denominou de “guerra nas estrelas”; todavia, os soviéticos foram os únicos a colocar uma aeronave munida de armamentos nucleares no espaço, a Polyus.

A Guerra do Vietnã (1964 – 1975)
 Vietnã, assim como a Coreia, estava sendo dividido entre os dois polos econômicos, o capitalismo e o socialismo. A parte sul do país estava atuando em conjunto com os Estados Unidos, já a do norte com o líder Ho Chi Minh. Ele queria transformar o Vietnã em um só país, sem fragmentações.
Os sulistas eram adeptos do capitalismo, em contrapartida, os vietnamitas do norte ou vietcongues, eram comunistas. Os vietnamitas haviam sido libertos do poder francês. Os norte-americanos começaram a enviar as tropas em 1965, para apoiar o lado sul do Vietnã.
A batalha contra os vietcongues era muito desigual. Os norte-americanos atacavam as bases inimigas com armamentos pesados, que envolviam desde aviões guerrilheiros até armas químicas, como o Agente Laranja. Ele possui substâncias cancerígenas e, na Guerra do Vietnã, acarretou em deficiências nas pessoas que nasceram na região.
Porém, os Estados Unidos falharam em sua missão. As tropas americanas tiveram que se retirar do Vietnã e esse evento é tido como vergonha nacional para os EUA. A derrota dos norte-americanos influenciou na cultura americana, principalmente no cinema. O filme Rambo fala sobre a Guerra do Vietnã, que acabou em 30 de abril de 1975, com vitória dos vietcongues.

A Queda do Muro de Berlim: O Fim da Guerra Fria (1961 – 1989)

Esse foi um fato marcante da Guerra Fria. A Alemanha havia sido fragmentada em dois blocos, o capitalista e o socialista. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o país foi, além da divisão dos dois regimes econômicos, administrado por quatro potências mundiais: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e a União Soviética.
Houve a ajuda dos norte-americanos, através do Plano Marshall, que visava o empréstimo a baixos juros, para a reconstrução pós-guerra. Além disso, os capitalistas fizeram acordo para diminuir a inflação na destruída Alemanha. No entanto, Josef Stalin não quis aderir a essa aliança. E, por isso, construiu um muro, fechando o acesso terrestre à Alemanha Oriental.
O muro separava as duas Alemanhas e rodeava a capital, Berlim. A parede era constituída mais de 300 torres de observação. Nelas, havia guardas com autorização de abrir fogo, para o caso de alguém tentar algo que envolvesse a fronteira entre os dois blocos no país. Dessa forma, impedia que houvesse a emigração.
Depois de vários acontecimentos, entre mortes, feridos e o discurso, em um tom de pressão contra os soviéticos, conhecido como “Tear down this wall”, em português, “Derrube este muro” do presidente americano, Ronald Reagan, ao líder soviético, Mikhail Gorbatchev. Os populares alemães decidiram pelo fim da separação. O muro já estava na Alemanha por 28 anos.
Então, em novembro de 1989, aconteceu o histórico fato da queda do muro de Berlim. Contudo, a derrubada dele não passou de uma falha de comunicação. O intuito do governo da Alemanha Oriental era de acabar com os empecilhos de deslocamento de Oeste para Leste. No entanto, a informação saiu mais cedo do que o esperado pela liderança, o que acarretou em um mal entendido.
A mídia noticiou a respeito da abertura do muro; com isso, movimentou enorme parcela da população, que não deixou chance para os órgãos de fiscalização das fronteiras, devido à quantidade de pessoas reivindicando a abertura dos portões. Consequência disso: os militares se viram obrigados a liberar os portões. Em outros lugares de Berlim tudo aconteceu da mesma forma.
Depois da abertura das fronteiras e o encontro do povo, a alegria contagiou o ambiente e, enfim, o muro de Berlim começou a ser destruído. A cortina de ferro havia se desfeito. Acabava a divisão do país em dois blocos e comemorava-se a reunificação da Alemanha, separada após a Segunda Guerra Mundial. Para alguns historiadores, naquele momento, declarava-se o fim da Guerra Fria.
OBS: A bomba de Hiroshima é um fato pertencente ao fim da Segunda Guerra Mundial, que é anterior a Guerra Fria. A bomba foi lançada pelos EUA como teste em duas cidades do Japão

Veja o filme indicado abaixo ( foto do Sudão)
O TERCEIRO MUNDO: ÁFRICA
Sempre que ouvimos falar em África, logo formamos imagens de guerras, fome, seca, miséria. São quase 700 milhões de habitantes vivendo em 52 Estados, numa área de 30 milhões de quilômetros quadrados. Em seu conjunto, a população africana vive uma situação incomparável de tragédia humana.
Apesar da extrema miséria, a África ocupou um lugar importante durante a Guerra Fria. A luta pela independência, desenvolvida por grupos nacionalistas em diversos países africanos, ganhou força na segunda metade do século XX. O apoio a esses grupos, por parte de Washington e Moscou, contava pontos na disputa ideológica entre as duas superpotências.
Vamos relembrar um pouco da história da África e analisar o processo de descolonização do continente dentro do contexto da Guerra Fria.

Veja o filme: Repórteres de Guerra Trailer Legendado ( you Tube)

CUBA E O INÍCIO DA GUERRA FRIA NA AMÉRICA LATINA
No final dos anos 50, a revolução cubana representou uma ameaça ao controle de Washington sobre os países americanos. Os Estados Unidos não mediram esforços para garantir esse controle, inaugurando a Guerra Fria na América. Nos primeiros anos da Guerra Fria, a Casa Branca já havia demonstrado a disposição de afastar qualquer vestígio de influência comunista na América.
Em 1954, na Guatemala, a CIA, o serviço secreto norte-americano, articulou um golpe que depôs o presidente Jacobo Arbenz, eleito em 1950 com apoio dos comunistas. Arbenz , que havia realizado a reforma agrária e expropriado terras de empresas americanas, foi deposto pelo coronel Carlos Castillo Armas, que implantaria uma sangrenta ditadura no país.
Cuba seria o próximo país a sofrer profundas transformações, cinco anos após o golpe na Guatemala. Os guerrilheiros liderados por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, que até então não apresentavam posições esquerdistas, lutavam para derrubar o ditador Fulgêncio Batista
Fidel e Che Guevara
Sob a ditadura de Batista haviam se multiplicado em Cuba os hotéis de luxo, os cassinos e as casas de prostituição. Grandes plantações exploravam a cultura do tabaco, mas sem permitir qualquer liberdade sindical ou partidária aos trabalhadores. Com o apoio da população e até uma discreta simpatia da Casa Branca, os guerrilheiros tomaram o poder em janeiro de 1959, provocando a fuga de Batista. Começava a era de Fidel Castro.
Pouco depois de assumir o governo, Fidel Castro iniciou um programa de reforma agrária e de nacionalização das empresas americanas, além de levar a julgamento os principais colaboradores de Fulgêncio Batista. As medidas surpreenderam os Estados Unidos, que passaram a se preocupar com os rumos do novo regime de Havana.
À medida que Fidel Castro se aproximava da União Soviética, o governo americano adotava medidas de represália, como a suspensão da compra de açúcar cubano. A ruptura diplomática aconteceria em janeiro de 1961, inaugurando um período de relações tensas entre Washington e Havana.
Em abril de 61, meses depois do rompimento diplomático, a CIA organizou uma invasão de Cuba a partir da Baía dos Porcos. Recrutou cubanos exilados em Miami, na maioria refugiados e cidadãos expulsos pelo governo de Fidel. A invasão foi um fracasso. Uma série de desencontros, falhas de estratégia e má coordenação permitiu que as forças armadas de Cuba realizassem um contra-ataque fulminante.
Fidel e Nikita Khrushev
A principal consequência da tentativa de invasão, do ponto de vista geopolítico, foi o aprofundamento dos laços entre Cuba e União Soviética. Essa proximidade provocaria uma das mais sérias crises da Guerra Fria e do século XX, a crise dos mísseis.
Em outubro de 62, aviões de espionagem dos Estados Unidos detectaram movimentos que indicavam a disposição soviética de instalar uma base de mísseis nucleares em Cuba. Seguiram-se duas semanas de tensão, período em que o presidente Kennedy advertiu Moscou de que usaria armas nucleares caso a União Soviética insistisse na base de mísseis.
O dirigente Nikita Khruschev recuou, mas conseguiu de Kennedy um compromisso de não-intervenção americana em Cuba. Esse compromisso, no entanto, não impediu que os Estados Unidos iniciassem um bloqueio econômico e naval do país, numa tentativa de asfixiar a economia cubana. Washington também fez pressões para que Cuba fosse expulsa da Organização dos Estados Americanos, a OEA. Na prática, os Estados Unidos passaram a considerar Cuba como integrante do "bloco do leste", o grupo de países do leste europeu aliado de Moscou. Mas a Casa Branca jamais perdeu de vista a proximidade geográfica da pequena ilha, e utilizou a revolução cubana como pretexto para uma grande ofensiva anticomunista no continente americano.

EUA VOLTAM A ATENÇÃO PARA O BRASIL
Dentro da estratégia de evitar o surgimento de "novas Cubas", os Estados Unidos voltaram a atenção para o maior e mais importante país da América Latina, o Brasil.
João Goulart
No início dos anos 60, a situação no Brasil era de instabilidade política. Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo sete meses depois de eleito, numa frustrada manobra política para ampliar seus poderes. O Congresso aceitou a renúncia e o país mergulhou numa séria crise política. Os militares de direita não queriam a posse do vice de Jânio, João Goulart, um político identificado com o trabalhismo de Getúlio Vargas.
JANGO
A construção de hidrelétricas, a instalação da indústria automobilística e a criação de Brasília, durante o governo de Juscelino Kubitschek, entre 1955 e 1959, haviam estimulado o surgimento de grandes concentrações de trabalhadores urbanos, que se organizaram em sindicatos para exigir seus direitos.
Dentro desse contexto, a ascensão de um líder trabalhista como João Goulart parecia significar uma ameaça aos interesses tradicionais dos grupos dominantes brasileiros. Num primeiro momento, a crise foi contornada e Jango tomou posse. Em 62, no entanto, as centrais sindicais convocaram greves gerais por melhores condições de trabalho e para exigir do governo um ministério nacionalista e democrático.
Jânio Quadros -Dizia que iria varrer a corrupção...
O avanço das lutas trabalhistas e o prestígio de líderes como Luís Carlos Prestes, dirigente do Partido Comunista Brasileiro, assustavam os setores mais conservadores da classe média e da Igreja Católica. Políticos influentes, grupos de direita, setores da igreja e donas-de-casa organizaram passeatas em defesa da religião, da família e da liberdade, valores que julgavam ameaçados pelo avanço comunista. A sociedade marchava para uma crise de graves proporções.
Jango na China 
João Goulart
"O período logo após a renúncia de Jânio Quadros foi de intensa efervescência na política e na sociedade, nos movimentos populares, sindicais, estudantis e principalmente nos considerados mais perigosos, os movimentos das ligas camponesas. É assim que se constrói a democracia, com a participação dos vários segmentos da sociedade. Mas isso foi considerado extremamente ameaçador para os grupos dominantes e também para a imensa classe média, que foi muito mobilizada pelo medo. Medo de descer na escala social, a chamada proletarização da classe média. Esse medo foi bem manipulado e explorado pelos setores dominantes, que alardeavam o que se considerava as duas grandes ameaças para o Brasil: a corrupção, associada aos antigos políticos do getulismo e incorporada pelo presidente João Goulart, e a subversão, associada ao perigo do comunismo. Tudo isso levou a um tal clima de medo que, em nome da segurança, da estabilidade e até mesmo da paz da família brasileira, aceitou-se essa violência que foi o golpe militar de 64."

Golpe militar e repressão
Os militares brasileiros tomaram o poder em 31 de março de 64. Vários dispositivos legais impuseram a censura à imprensa, suspenderam as liberdades democráticas e tornaram ilegais os partidos de oposição, os sindicatos e as associações de classe. Agentes da polícia política, o Dops e o Doi-Codi, perseguiam e prendiam os opositores do regime militar. Todas as operações eram descritas como "medidas de guerra" contra o que os governantes chamavam de "comunismo internacional". Muitos opositores foram torturados ou assassinados. Vários deles desapareceram para sempre.
Vladmir Herzog
A consolidação do regime militar aconteceu em dezembro de 68, quando o presidente, general Arthur da Costa e Silva, assinou o Ato Institucional número 5. O AI-5 conferia ao governo o poder de cassar mandatos políticos, decretar o recesso do Congresso, impor estado de sítio e suspender as garantias individuais.
Num mundo em transformação, medo do comunismo
No início dos anos 60, o país estava em processo de transformação, em todos os sentidos. Brasília prometia a modernidade, as grandes cidades estavam mudadas e a arte buscava novos caminhos. No dia a dia, a presença cultural norte-americana se multiplicava por todos os lados: na grande indústria, nos arranha-céus, na publicidade, nas roupas, no cinema.
Com a grande concentração de operários nas cidades, surgiu o receio de movimentos trabalhistas e sindicais. A Casa Branca passou a se preocupar com possíveis levantes comunistas na América Latina, a exemplo do que ocorreu em Cuba em 1959. A mesma preocupação da burguesia e da classe média brasileiras.
O clima de insegurança no Brasil aumentou com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, em circunstâncias nunca inteiramente esclarecidas. O trabalhista João Goulart, o Jango, vice de Jânio, assumiu a presidência em setembro de 61, em meio a ameaças de golpes e contragolpes de Estado. Os militares não queriam um governo identificado com a estrutura sindical herdada de Getúlio Vargas. Se Jango nada tinha a ver com o comunismo, o receio dos militares era de que o trabalhismo aproveitasse a oportunidade para uma ofensiva.
Foi o que aconteceu. As greves se multiplicaram. Em 62, a Confederação Nacional dos Trabalhadores e o Pacto de Unidade e Ação convocaram uma greve geral, reivindicando um ministério progressista e comprometido com os interesses nacionais. A influência das esquerdas sobre o movimento causava ainda mais inquietação nas Forças Armadas.
No Rio de Janeiro, grupos de mães, profissionais liberais e oposicionistas em geral do governo organizaram um comício contra as reformas de base de Jango. Em São Paulo foi organizado um movimento semelhante, a "Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade". Era o sinal que os militares aguardavam para o golpe de Estado.

PÓS GUERRA FRIA – GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO – A NOVA ORDEM MUNDIAL

A partir dos anos de 1980, o declínio do sistema socialista estava ficando cada vez mais comum. Os comunistas passavam por uma série de problemas com o mercado e o dinheiro. Na política, a população demonstrava desapontamentos por causa da pouca participação exercida pelo povo. Deu-se, então, o desmembramento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, agora, apenas Rússia.
O Exército Vermelho começou a se enfraquecer, prova disso, o recuo das tropas soviéticas do território afegão. A cova da URSS já estava quase pronta. Isso começou na década de 70, com as reformas políticas executadas por Mikhail Gorbatchev, o Glasnost e a Perestroika. A política de Karl Marx (socialismo) foi sendo deixada de lado. A antiga China Comunista aderiu ao movimento capitalista – apenas na economia, a política é comunista.
Com o pós-Guerra Fria, houve o surgimento da expressão “Globalização” e os Estados Unidos se transformaram numa potência, praticamente inalcançável. No decorrer dos conflitos entre os capitalistas e socialistas, cerca de 60% da riqueza mundial estava em poder dos norte-americanos; agora, pois, eles dominavam sobre todos os outros.
As ditaduras militares foram abolidas e a democracia começava a se instaurar nos países. Os direitos humanos se sobressaem e é o fim dos regimes totalitários. Poucas nações continuaram com o sistema de economia planificada, que foi o caso de Coreia do Norte, Cuba e Mianmar. O restante “se libertou” e aderiu à política capitalista.
Na economia, não foi diferente. Estabeleceram-se de vez as relações comerciais através dos blocos econômicos, como, por exemplo, UE – União Europeia; Mercado Comum do Sul – Mercosul, Tratado Norte Americano de Livre Comércio – Nafta; Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico – APEC, a Comunidade dos Estados Independentes – CE, União Africana e outros

QUESTÕES COMENTADAS SOBRE GUERRA FRIA

1. (Uel 2012)  Leia os textos a seguir.
Se a bomba fugir ao controle, se não aprendermos a conviver, para que a ciência venha a trabalhar para nós e não contra nós, nosso futuro é certo. As cidades dos homens irão desaparecer da face da terra.
(MORRISON, Philip. Se a bomba fugir ao controle. 1946. In: MARSTERS, Dexter; WAY, Katharine (Orgs.). Um mundo ou nenhum: um relatório ao público sobre o pleno significado da bomba atômica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. p.37.)
É de se esperar que conflitos de interesse entre as grandes potências venham a surgir no futuro da mesma forma como surgiram no passado, e não existe no mundo uma autoridade com o poder de adjudicar esses conflitos [...] As negociações têm lugar à sombra do poderio militar que as grandes potências conseguem reunir; [....]. enquanto esse estado de coisas vigorar, o perigo de guerra estará presente. Contra esse cenário, a existência das bombas atômicas aumenta ainda mais o risco de guerras virem a ocorrer. Se dois países – usemos como exemplo os dois mais poderosos, os Estados Unidos e a Rússia – acumularem grandes estoques de bombas atômicas, é provável que uma guerra venha a eclodir mesmo que nenhum deles deseje lutar.
(SZILARD, Leo. Seria possível evitar uma corrida armamentista por meio de um sistema de inspeções? 1946. In: MARSTERS, Dexter; WAY, Katharine (Orgs.). Um mundo ou nenhum: um relatório ao público sobre o pleno significado da bomba atômica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. p.181-182.)
a) Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema, discorra sobre a chamada “Guerra Fria” ocorrida após a Segunda Guerra Mundial.
b) A partir dos textos, analise as relações entre desenvolvimento científico, tecnologia e poder no mundo contemporâneo.
 
2. (Ufrj 2011)  “No final de 1960, os Estados Unidos já tinham cerca de vinte embaixadas na África. Eram em torno de quarenta os pontos diplomáticos e consulares em diferentes partes do continente.
A União Soviética, por sua vez, manteve acesa sua política africana, que variou em seus objetivos ao longo do tempo”.
Fonte: adaptado de Sombra Saraiva, José Flávio (org). Relações Internacionais, dois séculos de História: entre a ordem bipolar e o policentrismo (de 1947 a nosso dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 53.
Cite duas razões para a crescente presença dos EUA e da URSS no continente africano na década de 1960.
 
3. (Ueg 2010)  Na década de 1960, as Américas foram sacudidas por um verdadeiro furacão: a Revolução Cubana. Iniciada em 1959, devastou as estruturas políticas até então existentes. Figuras como Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Che Guevara tornaram-se ícones da juventude do período e foram “imitados” por jovens de todo o mundo que buscavam contestar os regimes políticos e o poder tradicional.
Tendo isso em conta,
a) cite duas causas que expliquem a Revolução Cubana;
b) analise as relações entre o governo de Jânio Quadros e os líderes cubanos no período.
 
4. (Ufc 2010)  Ao descrever o processo de desenvolvimento capitalista durante o século XIX, o historiador Eric Hobsbawm argumenta que o mundo se dividiu em “dois setores”: o primeiro identificado por países de economias avançadas e o segundo, em regiões onde o processo de desenvolvimento econômico e político foi menos intenso. Desse modo, segundo Hobsbawm, “existia claramente um modelo geral referencial das instituições e estruturas adequadas a um país ‘avançado’, com algumas variações locais”.
a) Indique três características de um país “avançado” no século XIX.
b) Que continente se destacou como centro do processo de desenvolvimento capitalista durante o século XIX?
c) Identifique três países considerados avançados durante este período.
 
5. (Pucrj 2010)  Enquanto um povo se uniu em 1989 sobre as ruínas de um muro que ia de Dresden a Berlim, outros muros são levantados na atualidade para separar os homens, tornando-os estrangeiros, inimigos.
Observe as imagens e faça o que se pede a seguir.
Construção do Muro de Berlim em 1961









Muro fronteiriço entre a cidade de  Morales no México e os EUA  
 a) CARACTERIZE o contexto histórico em   que foi construído o muro de Berlim.
b) IDENTIFIQUE dois aspectos relativos às tensões vividas na fronteira entre Estados Unidos e México, na atualidade.
 
6. (Ufc 2010)  Um aspecto fundamental da Guerra Fria (com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945) foi a reorganização das alianças internacionais e o recrudescimento das relações entre nações que pouco tempo antes estavam aliadas. De um lado estava a União Soviética, parte significativa da Europa Oriental e a China (após 1949), e do outro lado, a Europa Ocidental com o apoio explícito dos Estados Unidos, Canadá e os governos dos países da America Latina. Assim, a Guerra Fria representou uma busca permanente pelo equilíbrio de poder entre as duas potências globais. Mesmo que a disputa nunca tenha resultado em um conflito bélico direto entre os Estados Unidos e a União Soviética, em outros continentes como a África, a Ásia, a América Latina e no Caribe, a Guerra Fria foi marcada por conflitos armados prolongados, passando a se incorporar à geopolítica das lutas anticoloniais e de libertação nacional.
a) Identifique dois países asiáticos com os quais os Estados Unidos estiveram envolvidos diretamente em conflitos militares depois de 1945.
b) Cite três países africanos de língua portuguesa que iniciaram processos de libertação nacional na década de 1960.
c) Explique as razões apresentadas pelos Estados Unidos para a invasão da Baía dos Porcos (Cuba), em abril de 1961.
 
7. (Ueg 2010)  Dois norte-americanos se tornaram célebres por caminhar na lua: o comandante Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar no solo lunar em 1969 e, metaforicamente, o ídolo pop Michael Jackson, que eternizou o moonwalker, passo de dança que simula uma caminhada em gravidade zero.


Sobre o contexto histórico-cultural que envolveu essas duas personalidades marcantes do século XX, analise:
a) o contexto geopolítico internacional que levou os norte-americanos a conquistar a Lua;
b) o fenômeno Michael Jackson como um exemplo da globalização cultural.
 
8. (Unifesp 2009)  A Guerra do Vietnã opôs o norte ao sul do país e contou, entre 1961 e 1973, com participação direta dos Estados Unidos. Relacione esta guerra com a:
a) Descolonização da Ásia.
b) Guerra Fria.

9. (Ufrrj 2007)  Leia um trecho da entrevista de um guarda de fronteira da antiga RDA concedida a dois repórteres alemães e responda ao que se pede.
"Harold Jager comandava em 9 de novembro o posto de fronteira na Rua Bornholmer (Berlim). No momento mais crítico de sua vida de 28 anos como Guarda de Fronteira, ele fez exatamente aquilo que contrariava em tudo o regulamento: ele interrompeu o controle e abriu a fronteira.
Repórteres: 'E o que aconteceu?'
H. Jager: 'As barreiras abertas não eram suficientes. Muitas pessoas começaram a pular o muro. Nós não entendíamos mais o mundo'. "("Politische Zeitschrift", n0. 97, Março de 1999, p. 44.)
a) A queda do Muro de Berlim em 1989 simbolizou o fim da chamada Guerra Fria, um conflito entre sistemas rivais e antagônicos que marcou o mundo por quarenta anos. Quais eram estes sistemas?
b) O Muro de Berlim foi construído em 1961, fechando a única fronteira aberta entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Mencione uma razão que explique o fechamento, com o Muro de Berlim, dessa fronteira.
 
10. (Puc-rio 2007)  "Uma sombra desceu sobre o cenário até há pouco iluminado pelas vitórias aliadas. Ninguém sabe o que a Rússia Soviética e sua organização internacional comunista pretende fazer no futuro imediato, ou quais são os limites, se é que os há, para as suas tendências expansionistas. De Stettin no Báltico, a Trieste, no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Quaisquer conclusões que possam ser tiradas destes fatos, esta não é certamente a Europa libertada que lutamos para construir. Também não é uma que contenha os ingredientes de uma paz permanente."
Winston Churchill, ex-chanceler britânico, em seu discurso em Missouri, EUA, em 5 de março de 1946, teceu considerações sobre o contexto internacional da época caracterizando o início das novas tensões e de uma nova época, posteriormente denominada de Guerra Fria.
a) Cite três acontecimentos que expressam o contexto de Guerra Fria, entre 1947 e 1962.
b) Apresente duas características da Guerra Fria.
 
11. (Ufrj 2006)  DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
(10.12.1948)
(...) A Assembleia Geral proclama:
A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.


Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II - Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.(...)."
A Declaração Universal dos Direitos Humanos expressa preocupações características do período pós Segunda Guerra Mundial. Entretanto, alguns de seus princípios revelam a influência de documentos assemelhados, elaborados no século XVIII.
a) Relacione a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos às experiências dos regimes nazi-fascistas.
b) Identifique uma declaração fundada em bases semelhantes, elaborada na Europa do século XVIII.
 
12. (Uff 2005)  "É intolerável e estranho ao espírito do marxismo-leninismo exaltar uma pessoa e dela fazer um super-homem dotado de qualidades sobrenaturais, semelhantes às de um deus. Esse sentimento a respeito de Stalin existiu durante muitos anos (...). Tudo ele decidia, sozinho, sem consideração por qualquer um ou por quem quer que fosse". (Discurso de Kruschev, no XX Congresso do Partido Comunista em 1956 in VVAA, L'époque contemporaine, Paris, Bordas, 1971, p. 244.
Em janeiro de 1953 morreu Josef Stalin. Logo depois, com a subida ao poder de Kruschev, a União Soviética deu início a um período conhecido como a época do degelo, baseada em um intenso processo de desestalinização.
a) Destaque duas características políticas do mencionado processo.
b) Analise a política externa da Era Kruschev, no contexto da Guerra Fria.
 
13. (Ufrj 2005)  "Corações e Mentes [documentário realizado pelo cineasta norte-americano Peter Davies, nos anos 70, sobre a guerra do Vietnã] tem esse nome devido ao slogan do governo norte-americano na época, de que nós tínhamos que ganhar os corações e mentes do povo vietnamita. Pois estive no Iraque e os americanos estão utilizando a mesma frase. E lá vi as mesmas atitudes, a mesma arrogância. Achei que o Vietnã tinha nos ensinado a lição: não ir para a guerra com países que não estão nos ameaçando. É assustador ver o quão rápido a lição foi esquecida."
Fonte: adaptado de entrevista de Peter Davies ao jornal "O Globo" de 01 de outubro de 2004, segundo caderno, p.2.
Apesar das diferenças no tempo e no espaço, as guerras do Vietnã e do Iraque - a última iniciada em 2003 e ainda em curso - têm em comum resultarem de intervenções militares norte-americanas ao redor do planeta.
a) Identifique um elemento da conjuntura internacional que contribuiu para a eclosão da Guerra do Vietnã.
b) Explique um dos princípios da chamada Doutrina Bush, adotada pelo governo norte-americano após os atentados de 11 de setembro de 2001, que tenha servido como justificativa para a invasão do Iraque.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
"A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. (...) A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso: apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas sobretudo do lado americano, os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial (...). A URSS controlava uma parte do globo, ou sobre ela exercia predominante influência - a zona ocupada pelo Exército Vermelho e/ou outras Forças Armadas comunistas no término da guerra - e não tentava ampliá-la com o uso da força militar. Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além do hemisfério norte e oceanos (...). Em troca, não intervinha na zona aceita de hegemonia soviética."(HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 224)
No texto acima, o historiador inglês buscou resumir as principais características das relações internacionais no período compreendido entre o final da Segunda Guerra Mundial e o fim da década de 1980, genericamente denominado Guerra Fria.

14. (Ufrj 2003)  Considerando o contexto da Guerra Fria, cite dois movimentos políticos surgidos na África que questionavam a hegemonia norte-americana no continente.
 
15. (Ufrj 2003)  Explique o papel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e do Pacto de Varsóvia naquela conjuntura.
 
16. (Uerj 2002)              O DIA EM QUE A GUERRA FRIA CHEGOU À LUA
Casa Branca, 21 de novembro de 1962. Na sala de reunião, dez pessoas ouviam o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. Entre elas, o diretor-geral da Nasa - a agência espacial americana. (...) O motivo da reunião: a corrida espacial. Kennedy queria da Nasa mais empenho para que os americanos chegassem antes dos soviéticos à Lua. Pela primeira vez, o governo dos EUA dizia abertamente que a ida à Lua não era uma das prioridades do programa espacial, mas a prioridade. E mais, não era um problema de ciência, mas de política. ("Jornal do Brasil", 25/08/2001.)
a) Caracterize a Guerra Fria.
b) Aponte um fato histórico ocorrido na América, no início dos anos 60, que exemplifique a inclusão deste continente no contexto da Guerra Fria.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
  Ao longo do século XIX é possível identificar algumas tentativas de integração europeia, que não alcançaram grande repercussão. A ideia de uma Europa unida estava ainda distante. Segundo Bismark, Chanceler da Prússia e depois da Alemanha, "quem fala de Europa, se equivoca. Noção geográfica... ficção insustentável."
  Contudo, na segunda metade do século XX, se fortaleceu a proposta de uma maior integração econômica e política do continente, com a assinatura do Tratado de Roma e a constituição da comunidade Econômica Europeia (CEE).

17. (Ufrj 2002)  Explique um fator que tenha contribuído para a criação da CEE.
 
18. (Puc-rio 2001)         "O fim do bloqueio a Berlim em maio de 1949 não impediu que os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França mantivessem sua firme presença nos setores de ocupação ocidental da cidade. A partir daí, as fronteiras da Guerra Fria ficaram congeladas na Europa por mais de uma geração. (...) Relutantes em alterar o "status quo" europeu do pós-guerra (...) em função do alto custo das mudanças para ambos os lados (...) o campo de batalha da Guerra Fria foi deslocado para a Ásia e o Oriente Médio."  ( Adaptado de Robert O. Paxton, "Europe in the 20th Century", p. 557-8.)
Considerando o texto apresentado,
a) - cite 2 (dois) exemplos de conflitos asiáticos que exemplifiquem o deslocamento das maiores tensões da Guerra Fria para a Ásia e o Oriente Médio;
b) - explique de que forma ou a partir de que mecanismo foram mantidas, no continente europeu, as respectivas áreas de influência das duas principais potências durante a Guerra Fria.
 
19. (Uerj 2000)  Tomando por base o comportamento do eleitorado no último pleito e o número de sufrágios até agora obtidos pelos srs. Juscelino e Jango, veremos que os dois pretendentes terão, no máximo, 33% dos votos depositados nas urnas do dia 3, em todo o País. (...) Há, no entanto, outra circunstância que compromete seriamente a situação eleitoral dos dois candidatos - e é que eles só atingiram aquela porcentagem porque receberam os votos proclamados, ostensivos, negociados do Partido Comunista. (...) Parece-nos que o Estado-Maior considera o Partido Comunista uma organização perigosa e subversiva ligada ao movimento internacional revolucionário dirigido pela União Soviética.
(OLIVEIRA, Rafael Corrêa de. "O Estado de São Paulo", 11/10/55.  Apud CARONE, Edgard. "A Quarta República" (1945-7964).  São Paulo: Difei, 1980.)
Isso é o que não nos podem perdoar; que aqui, sob seu nariz, façamos uma revolução socialista.
(Declaração de Fidel Castro em 16 de abril de 1961.  Apud THOMAS, H. "Cuba, Ia lucha por Ia libertad". Barcelona: Edições Grijalbo, 1974.)
A década de 50 caracterizou-se, na América Latina, pelo crescimento do anticomunismo entre os setores políticos conservadores e entre parcela considerável dos militares, clima que se aprofundou com a declaração de Fidel Castro citada acima. No Brasil, a posse de Juscelino Kubitschek já fora contestado por um tipo de reação que muitas vezes identificava posturas nacionalistas ou reformistas com o comunismo.
a) Relacione o cenário internacional à conjuntura política brasileira na década de 1950, marcado pelos antagonismos entre nacionalistas/reformistas e conservadores/ anticomunistas.
b) Identifique duas características da estrutura econômica vigente em Cuba, antes da Revolução de 1959, combatidas pelos revolucionários de Fidel Castro.
 
20. (Ufrj 1999)  "O dinamismo da economia capitalista derivou, assim, da interação de dois processos: de um lado, a inovação técnica - a qual se traduz em elevação da produtividade e em redução da demanda de mão de obra -, de outro, a expansão do mercado - que cresce junto com a massa dos salários. O peso do primeiro desses fatores (a inovação técnica) depende da ação dos empresários em seus esforços de maximização de lucros, ao passo que o peso do segundo (a expansão do mercado) reflete a pressão das forças sociais que lutam pela elevação de seus salários.
O processo atual de globalização a que assistimos desarticula a ação sincrônica dessas forças que garantiram no passado o dinamismo dos sistemas econômicos nacionais. Quanto mais as empresas se globalizam, quanto mais escapam da ação reguladora do Estado, mais tendem a se apoiar nos mercados externos para crescer. Ao mesmo tempo, as iniciativas dos empresários tendem a fugir do controle das instâncias políticas. Voltamos assim ao modelo do capitalismo original, cuja dinâmica se baseava nas exportações e nos investimentos no estrangeiro. (...) Já não existe o equilíbrio garantido no passado pela ação reguladora do poder público. Disso resulta a baixa da participação dos assalariados na renda nacional de todos os países, independentemente das taxas de crescimento.(Furtado, Celso. O CAPITALISMO GLOBAL. São Paulo: Paz e Terra, 1998. P.29)
a) Em nosso século, a "ação reguladora do poder público", a que se refere o autor, teve origem, no entre-guerras (1919-1939), período marcado por graves problemas econômicos e sociais que determinaram intensas mudanças no perfil dos Estados Liberais.
Cite duas medidas governamentais que, nos Estados Unidos da América, visaram a minorar os efeitos da crise de 1929 no campo das relações entre capital e trabalho.
b) Pode-se identificar o período que se estende do final da Segunda Guerra Mundial até meados da década de 1970 como os anos dourados do capitalismo mundial, época em que se atingiu o auge da interação entre as inovações técnicas e a expansão do mercado a que se refere Celso Furtado. Esta foi também a época do chamado Estado do Bem-Estar Social.
Relacione o Estado do Bem-Estar Social ao contexto da Guerra Fria.

GABARITO: 
Resposta da questão 1:
 a) A “chamada Guerra Fria”. Esta questão pode ser analisada sob diferentes óticas: uma delas, mais tradicional, na qual se expõem as características do período: a divisão do mundo em áreas de influência, comunista e capitalista, a corrida armamentista, a corrida espacial e o terror nuclear. Estas questões, devem ser necessariamente tocadas; há versões mais recentes que procuram “revisar” a ideia de “Guerra Fria” ou ao menos relativizá-la, pois além de se considerar as nuances que, de certo modo, contrariam aquela de um mundo em preto e branco (por exemplo nunca cessaram relações comerciais entre EUA e URSS) também consideram-na uma perspectiva etnocêntrica, pois considera apenas a ausência de “guerras quentes” entre os países centrais, quando na periferia estas continuam a ocorrer inclusive sob a influência das duas potências nucleares. Aqui o candidato pode optar por uma ou outra visão, mas cuidando para manter a fundamentação e a coerência da argumentação desenvolvida.
b) A resposta pode ser articulada em torno da questão das relações entre revolução industrial – desenvolvimento científico produzindo tecnologias. A distinção entre ciência (conhecimento) e a tecnologia (produção de artefatos) é fundamental. No que toca à questão do poder, a ascensão da burguesia como novo ator social no mundo contemporâneo, mas também é fundamental destacar as transformações ocorridas no equilíbrio de poder mundial a partir do desenvolvimento científico e técnico, no caso em tela, e mesmo como, caso limite, o domínio do conhecimento sobre a energia nuclear criou o mundo contemporâneo, diferente de tudo o que havia antes. 

Resposta da questão 2:
 O candidato deverá citar duas das seguintes razões: os EUA e a URSS buscaram ampliar sua influência política na África agregando novos aliados aos seus respectivos blocos de poder durante a Guerra Fria; os novos Estados nacionais africanos, surgidos do movimento de descolonização, ao buscar aliados políticos internacionais para viabilizar os seus respectivos projetos nacionais aproximaram-se da URSS e dos EUA; o continente africano foi alvo de intensas disputas político-militares entre EUA e URSS durante a Guerra Fria em razão de interesses geopolíticos e econômicos.
Comentário:
As duas grandes potências que emergiram do pós Segunda Guerra adotaram uma política imperialista e procuraram cooptar as nações africanas que acabavam de conquistar a independência e pretendiam se livrar por completo da influência de suas antigas metrópoles. 

Resposta da questão 3:
 a) Espera-se que o candidato discorra sobre alguns dos seguintes tópicos:
    - Interferência norte-americana nos assuntos internos de Cuba (“Emenda Platt”);
    - Ditadura de Fulgêncio Batista;
    - Desigualdade social;
    - Guerra Fria.
b) Espera-se que o candidato possa assinalar a ambiguidade de um presidente eleito pela sigla direitista UDN e, ao mesmo tempo, ter condecorado Che Guevara.

Comentários:
a) A Revolução Cubana foi o principal acontecimento da “Guerra Fria na América Latina”, pois introduziu no país o modelo soviético e transformou-se em modelo para outras nações da região, com condições socioeconômicas similares. Apoiou-se inicialmente na luta contra a ditadura de Fulgêncio Batista, apoiada até então pelos Estados Unidos. A concentração fundiária no campo e de capitais nas atividades urbanas, com o predomínio de empresas estadunidenses, foi responsável por grande pobreza e por forte sentimento contrário aos Estados Unidos.
b) Apesar de Jânio ter sido eleito por um partido conservador, anticomunista e claramente pró Estados Unidos, a UDN, procurou adotar uma política externa pragmática, não influenciada pela Guerra Fria e pelos interesses mais imediatos estadunidenses, numa tentativa de reformar a soberania do país e de ampliar seu apoio junto ao povo a partir de um discurso nacionalista. 

Resposta da questão 4:
 Identificam-se os países e as regiões avançados durante o século XIX como aqueles que desenvolveram intensos processos de expansão e crescimento econômico, acompanhados pelo fortalecimento das instituições do Estado e sua relação com a cidadania. As características básicas, segundo Hobsbawm são:
a) um Estado nacional homogêneo, capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico; a organização social e política representativa, do tipo Liberal-Democrática; fortes noções de cidadania que têm relação direta com as instituições do governo nacional; um Estado soberano.
b) O mundo avançado se destacou por altos índices de crescimento comercial, pela expansão industrial, pelo rápido crescimento populacional e pelo desenvolvimento de grandes centros urbanos. Este crescimento foi acompanhado pela democratização do acesso à educação básica. O continente que se destacou como centro do processo de desenvolvimento capitalista no século XIX foi a Europa.
c) Entre os países, se destacaram como sendo pertencentes ao primeiro mundo: a Bélgica, a Grã- Bretanha, a França, a Alemanha, a Holanda e a Suíça. 


Resposta da questão 5:
 a) O muro de Berlim foi construído no ano de 1961, no contexto da Guerra Fria, caracterizada pela bipolarização política, ideológica e militar entre os blocos socialista e capitalista, liderados pela URSS e pelos EUA respectivamente. Após um primeiro momento de tensão envolvendo a Alemanha, em 1948, com o bloqueio terrestre imposto pelo governo soviético à cidade de Berlim, foram instituídas no ano seguinte as duas Alemanhas, a ocidental – República Federal da Alemanha – e a oriental – República Democrática Alemã.
Em agosto de 1961, foi construído o Muro de Berlim, que separou concretamente os dois lados da cidade (incrustada na parte soviética) e se tornou símbolo da separação alemã e da Guerra Fria.
b) O candidato poderá identificar dois entre os seguintes aspectos:
- atraídos pelas possibilidades de trabalho e enriquecimento nos EUA, milhares de pessoas tentam cruzar a fronteira dos EUA com o México (muitas fábricas norte-americanas, conhecidas como “maquiladoras”, instalaram-se nos últimos anos na fronteira com o objetivo de utilizar a mão de obra barata oferecida pelos mexicanos que se concentram no norte do país); estes imigrantes ao cruzar a fronteira podem enfrentar inúmeros problemas como prisões, conflitos com fazendeiros, fome ou afogamento.
- a população de imigrantes sem documentação que mora e trabalha nos Estados Unidos vem crescendo, regularmente, desde a Reforma de Imigração e o Ato de Controle (IRCA) de 1986; esta legislação gerou um maior controle nas fronteiras e a imposição de penalidades contra aqueles que empregam pessoas sem documentação.
- com o reforço da fronteira californiana, a tensão maior encontra-se atualmente na fronteira do Arizona, para onde os imigrantes mexicanos passaram a ir devido ao menor controle; na falta de policiamento desta fronteira, os fazendeiros da região assumiram este papel, provocando o aumento da violência e das tensões.
É ao longo desta fronteira que existe um muro intercalado com trechos de arame farpado controlado pela guarda da fronteira norte-americana e por sistemas eletrônicos, com o objetivo de impedir a entrada de imigrantes ilegais nos EUA. Em 2006, foi aprovada a ampliação desse muro, o que tem gerado protestos por parte de organizações não governamentais e de defensores dos direitos humanos.
- a fronteira é também um lugar de tensão devido ao tráfico de drogas e armas.
- As diferenças culturais e linguísticas também provocam o aumento de tensões étnicas e culturais na fronteira. 

Resposta da questão 6:
 Os dois países asiáticos com os quais os Estados Unidos estavam diretamente envolvidos em conflito armado são a Coreia do Norte (1950) e o Vietnam (1964). Em 1950, poucos meses depois da vitória de Mao Tse Tung na China, os Estados Unidos (liderando uma força militar das Nações Unidas) enviou tropas à Coreia do Sul depois que a Coreia do Norte passou o paralelo que dividia os dois países. O conflito rapidamente se expandiu para guerra envolvendo além dos Estados Unidos, as Nações Unidas, a Coreia do Norte, a Coreia do Sul e a China. A Guerra da Coreia só terminou quando os Estados Unidos e a Coreia do Norte assinaram um acordo de paz em 1953.
Depois de as tropas do Ho Chi Minh derrotarem a França no Vietnam em 1954, paulatinamente os Estados Unidos iniciaram sua intervenção naquele país, enviando cada vez maior número de tropas. O conflito inspirou um massivo movimento pela paz nos Estados Unidos, mas a guerra só terminou em abril de 1975 quando as tropas norte-vietnamitas tomaram Saigon (antiga capital do Vietnam do Sul). Em ambos os casos, a razão oferecida pelos Estados Unidos era a de deter o avanço do comunismo no mundo. Os três países da África de língua portuguesa que iniciaram lutas de libertação nacional na década de 1960 foram Angola (1961), Guiné Bissau (1963) e Moçambique (1964). Todos lutaram contra a dominação colonial portuguesa e só terminaram em 1974, com a Revolução dos Cravos em Portugal. A invasão da Baía dos Porcos (Cuba) foi uma operação militar organizada pelo serviço secreto norte-americano – CIA, em abril de 1961.
Armando refugiados cubanos, o governo de John F. Kennedy tentou derrubar o governo de Fidel Castro, que rapidamente se identificava com os países socialistas e com os movimentos de libertação nacional na África e na América Latina. Mais uma vez a justificativa apresentada pelos Estados Unidos para a ação foi a de deter o avanço do comunismo. 

Resposta da questão 7:
 a) Espera-se que o candidato aborde:
    - Competição entre EUA e URSS pelo domínio espacial;
    - Guerra Fria.
b) Espera-se que o candidato aborde:
    - Indústria Cultural;
    - Cultura pop;
    - Desenvolvimento dos meios de comunicação e de novas linguagens midiáticas.
Comentário:
a) A “conquista do espaço” envolveu uma disputa entre Estados Unidos e União Soviética no contexto da Guerra Fria, como forma de demonstrar a superioridade tecnológica e como parte de um programa de desenvolvimento da indústria bélica.
b) Michel Jackson pode ser visto como fenômeno de globalização menos por sua música, tipicamente americana, mas principalmente pelo alcance internacional de seu sucesso. Esse sucesso foi possível em grande parte pela eliminação de barreiras e pelo desenvolvimento dos meios de comunicação (possível a diversos artistas e não apenas à Jackson). 

Resposta da questão 8:
 a) Durante a Segunda Guerra Mundial, com a derrota da França na primeira fase da Guerra, o Vietnã que era um domínio colonial francês foi ocupado pelo Japão. Quando a guerra terminou, a França tentou restabelecer o controle, mas não conseguiu. Os franceses foram derrotados pelo Viet Minh na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954 na primeira guerra da Indochina, mesmo com ajuda dos EUA. Na Conferência de Genebra o Vietnã foi dividido em dois países separados, conhecidos como Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.
b) Durante a Guerra Fria, o norte tinha o apoio da China e da União Soviética, enquanto o sul era "apoiado" pelos EUA. Em 1965, os Estados Unidos enviaram tropas para impedir o governo do Vietnã do Sul de entrar em colapso completo devido  as ações do Vietcong  (exército comunista no sul) apoiado pelo norte para derrubar o governo do corrupto Ngo Dinh Diem. Os Estados Unidos pretendiam evitar a invasão do Norte e a unificação do Vietnã sob o regime comunista. 

Resposta da questão 9:
 a) O capitalismo de um lado e o socialismo de outro.
b) As fugas e transferências da população alemã oriental para a Alemanha Ocidental, por meio de Berlim (quase 3 milhões de pessoas até 1961), em função do autoritarismo, de privações econômicas etc. 

Resposta da questão 10:
 a) Entre outros acontecimentos, o aluno pode citar:
- A proclamação da Doutrina Truman e a elaboração do Plano Marshall, em 1947;
- A divisão da Alemanha em dois países, em 1949;
- A criação da OTAN, em 1949
- A Guerra da Coréia, entre 1950-1953;
- A Guerra do Suez, em 1956;
- A crise dos mísseis, em Cuba, em 1962.
b) Entre outras características, o aluno pode apresentar:
- A bipolaridade das relações internacionais, caracterizado pela divisa do mundo em dois blocos: áreas sob influência da URSS e áreas sob influências dos EUA;
- A corrida armamentista, baseada especialmente na aplicação da tecnologia nuclear na indústria bélica;
- A corrida espacial;
- A polarização ideológica expressa, por um lado, em imagens e valores de depreciação da sociedade comunista ou da sociedade capitalista; e por outro lado, na repressão política aos inimigos internos. 

Resposta da questão 11:
 a) Relacionar a Declaração Universal de Direitos Humanos às reações causadas pelas experiências vividas durante os regimes nazi-fascistas (racismo; intolerância política; genocídio; campos de concentração, etc.)
b) Identificar o exemplo histórico da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão elaborada na França, em 1789, no contexto da Revolução Francesa. 

Resposta da questão 12:
 a) Foram denunciados os crimes cometidos por Stalin, os métodos de eliminação dos adversários e a amplitude da repressão desde 1935. Nesse período, foi reduzido o poder da polícia, permitida a reabilitação de inúmeros presos políticos e foram fechados vários campos de trabalho forçado. Foi condenado também o culto à personalidade.
b) A tentativa de liberalizar o regime soviético facilitou o contato com o Ocidente, quando Kruschev propôs aos Estados Unidos uma política de coexistência pacífica, única saída capaz de evitar um confronto entre as duas potências. Em 1959, Kruschev, atendendo ao convite do presidente americano Eisenhower, visitou os Estados Unidos para discutir a proposta de coexistência pacífica. Ao mesmo tempo, era marcada em Paris uma conferência para discutir a política internacional de desarmamento. No entanto, a queda de um avião norte-americano em missão de espionagem, abatido no espaço aéreo da União Soviética, impediu qualquer acordo entre os dois países, marcando o reinício das hostilidades entre as potências. 

Resposta da questão 13:
 a) Guerra Fria e/ou processos correlatos como o elemento da conjuntura internacional que contribuiu para a Guerra do Vietnã.
b) Um dos seguintes princípios da Doutrina Bush: o direito que os EUA se reservam de atacar preventivamente os Estados que ameacem a sua segurança e/ou a de seus aliados; o direito de, ao decidir realizar ataques preventivos, dispensar a consulta ou aprovação dos organismos multilaterais (ONU, Comunidade Europeia, OEA etc); o combate intermitente ao terrorismo, entendido como ameaça ao Estado norte-americano e/ou aliados. 

Resposta da questão 14:
 Os movimentos de inspiração marxista MPLA (Movimento pela Libertação de Angola) e Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) 

Resposta da questão 15:
 Ambos os blocos se estruturavam em função da manutenção de seus respectivos sistemas e ideários políticos, para o que desenvolveram aparatos militares e geoestratégicos. 

Resposta da questão 16:
 a) A Guerra Fria foi um momento de tensão e hostilidade fundamental e permanente entre a URSS e os EUA, que, através de uma disputa ideológica, buscavam a liderança na nova ordem internacional, estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.
b) A fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, com o objetivo de derrubar o regime de Fidel Castro, em abril de 1961 e a "Crise dos Misses" de 1962, envolvendo Cuba, Estados Unidos e União Soviética, ilustram a inclusão do continente americano na Guerra Fria e caracterizam a preocupação dos Estados Unidos com a propagação do socialismo e a ameaça à sua hegemonia no continente. 

Resposta da questão 17:
 A reconstrução da Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu sob a influência da Guerra Fria que suplantava as rivalidades anteriores através da bipolarização do mundo entre capitalismo e socialismo. Assim sendo, tornava-se necessária a reconstrução que neutralizasse eventuais rivalidades, levasse ao fortalecimento econômico das nações e afastasse o fantasma do comunismo. Daí, a integração consagrada com a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1957 com o apoio dos Estados Unidos consolidando-se o capitalismo. Formava-se também o embrião da atual União Europeia, cuja formação atende as novas necessidades criadas às nações europeias com o advento da globalização a partir da década de 90 do século XX. Contudo,  Não podemos esquecer que o processo de integração iniciou-se antes. Em 1951, a ampliação da BENELUX teve como resultado a criação da CECA (Comunidade europeia do carvão e do aço) e além da influência da guerra fria havia uma preocupação em manter a produção siderúrgica sobre controle, evitando as rivalidades franco-germânicas que haviam levado o mundo às duas guerras.

Resposta da questão 18:
 a) 1 - A Guerra da Coréia, 1950-53.
2 - O início da escalada americana no Vietnã, 1960; com a guerra se estendendo até 1972.

b) Foram adotadas políticas de cooperação econômica e alianças militares tais como:
- o Plano Marshall
- Conselho de Assistência Econômica Mútua, COMECON.
- Comunidade Econômica Europeia, CEE.
- o Pacto de Varsóvia
- Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN. 

Resposta da questão 19:
 a) A bipolarização político-ideológica entre EUA e URSS estabeleceu uma disputa entre as democracias liberais e o modelo socialista soviético. No Brasil, este embate se evidenciou na discussão em torno do monopólio estatal sobre o petróleo e da abertura econômica ao capital estrangeiro na constante redefinição dos perfis partidários e na polarização em face da ampliação ou não da política trabalhista.
b) Duas dentre as características:
. concentração da propriedade, seja rural, seja urbana.
. dependência para com o capital estrangeiro, principalmente norte-americano
. propriedade norte-americana da maior parte das grandes usinas açucareiras cubanas
. propriedade estrangeira da maior parte das atividades econômicas cubanas. 

Resposta da questão 20:
 a) São medidas; planificação regional em grande escala, que se traduziu em realização de obras públicas, construção de complexos industriais, obras de irrigação, medidas contra a erosão, todas elas visando diminuir o desemprego; fixação de salário mínimo e de jornada de trabalho máxima; reconhecimento do direito de greve e da liberdade de organização e negociação dos trabalhadores.
b) A existência do bloco socialista foi um dos fatores que motivou os governos dos países capitalistas avançados a assumir como legítimos direitos sociais estranhos ao ideário liberal (democratização dos sistemas de saúde e educação, da seguridade social, preservação do poder aquisitivo das classes trabalhadoras, direitos trabalhistas, etc.). 


Bibliografia:
Como Começou a Guerra Fria-Autor: Knight, Amy-Editora: Record
Da Guerra Fria À Crise -Autor: Vizentini, Paulo G. Fagundes -Editora: Empório do Livro
Rumo a uma Nova Guerra Fria - Política dos EUA , do Vietnã a Reagan - Autor: Chomsky, Noam
Editora: Record
http://tachistoriaudla.wordpress.com/
http://www.prolog-berlin.com/pt/berlim-historia.htm
http://veja.abril.com.br/historia/crise-dos-misseis/especial-capa-eua-urss.shtml
http://www.une.org.br/2011/08/bibliografia/
D’ARAÚJO, Maria Celina, SOARES, Gláucio Ary Dillon e CASTRO, Celso (org.)-Os Anos de Chumbo: A Memória Militar sobre a Repressão-Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1994
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12822
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_907.html