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agosto 30, 2012

O problema do controle da natalidade no Ocidente (3001-3002-3003)

O problema do rígido controle da natalidade no Ocidente

No mês de março de 2009 o jornalista Maurício Horta publicou na revista Super Interessante (março de 2009, p. 23-24) um artigo, cujo título é Faça amor e faça a guerra. Neste artigo ele apresenta de forma muito sucinta o problema do rígido controle da natalidade no Ocidente.

O Ocidente se desenvolveu tecnologicamente e economicamente. Conseguiu realizar importantes revoluções como, por exemplo, a revolução industrial e a revolução francesa. Além disso, desenvolveu a democracia, aperfeiçoou os direitos humanos e garantiu a liberdade de expressão e de pensamento.

Os países do Ocidente também venceram muitas guerras ao redor do planeta e, com isso, garantiram que as conquistas oriundas do desenvolvimento econômico, da democracia e da liberdade de pensamento fossem levadas a outras partes do planeta.

Entretanto, Maurício Horta chama a atenção para o fato de que “sem guerra alguma [sem conquista militar], séculos de hegemonia ocidental poderão acabar porque seus casais têm poucos filhos. Nada menos que 70% dos europeus vivem em países onde se morre mais do que nasce. Mas, a população da União Européia vai continuar crescendo. Não por causa das taxas de natalidade, mas pela imigração. O mundo pobre, cada vez mais apertado, deve invadir cada vez a praia do mundo rico. E mudar a cada do planeta. Essa bomba demográfica já está explodindo há um bom tempo: a população árabe na Europa mais do que dobrou nas últimas décadas. Em 1982, eram 6,8 milhões. Hoje são 16 milhões. Na França, que recebeu levas de imigrantes muçulmanos de suas ex-colônias no norte da África, eles já representam quase 10% da população”(Super Interessante, março de 2009, p. 23).

O fato concreto é que nos últimos 60 anos os países do Ocidente adotaram uma rígida política de controle da natalidade. O objetivo dessa política era – e ainda é – reduzir a população nacional e, com isso, diminuir problemas sociais como, por exemplo, o desemprego, a violência e a fone. Além disso, a ideologia do consumo e do prazer a qualquer custo tornou-se hegemônica nos países ocidentais. Essa ideologia afirma que ter filhos é um prejuízo. Isto acontece porque ter filhos faz os casais gastarem dinheiro com a educação e a saúde dos filhos e sobra pouco dinheiro para consumir e viver loucamente os prazeres do sexo e da vida moderna.

São variadas as técnicas utilizadas para colocar em prática a rígida política de controle da natalidade. Entre essas técnicas cita-se: ampla propaganda nos meios de comunicação incentivando os casais a não terem filhos ou terem apenas um filho, vasta educação (nas escolas secundarias e na universidade) para que os jovens não desejem ter filhos, vasta distribuição de métodos e remédios que evitam a mulher engravidar, esterilização em massa de mulheres e homens em idade vertil, legalização e incentivo ao aborto – em alguns lugares fazer um aborto se transformou em moda entre os jovens – e amplo incentivo ao homossexualismo.

A conseqüência do rígido controle da natalidade é que em muitos países do Europa o número de pessoas que morrem é maior do que nascem. Na prática isso representa que em algumas décadas esses países serão um deserto populacional. Inclusive o fenômeno do deserto populacional (cidades fantasmas, as escolhas e universidades são obrigadas a fechar por falta de alunos, a indústria e o comércio entram em crise por falta de consumidores, etc) já se manifesta em muitas partes da Europa.

O que salva o Ocidente é a imigração dos países do terceiro mundo, principalmente dos países mulçumanos. É importante esclarecer que os países ocidentais têm feito constantes apelos e financiado muitas ações dentro dos países do terceiro mundo, principalmente dos países mulçumanos, para que estes países desenvolvam rígidas políticas de controle da natalidade iguais as políicas ocidentais. Entretanto, esses apelos e essas ações até agora tem sido um grande fracasso.

Inclusive os países mulçumanos possuem uma política oficial de crescimento e expansão populacional. O Islã pretende dominar o mundo ou pela força das armas – por meio da guerra santa – ou pela expansão populacional. Os países mulçumanos abertamente incentivam o crescimento populacional como forma de vencer e dominar o Ocidente. O crescimento populacional islâmico é debatido abertamente no Parlamento de países mulçumanos como, por exemplo, o Irã, a Arábia Saudita e o Iêmen.

Em hipótese alguma está se defendendo uma política anti-imigração, ou seja, um país ou uma região do planeta se feche para o resto do mundo. A questão é bem mais complexa. De um lado, o Ocidente tal qual existe hoje é fruto de muitas imigrações que ocorreram ao longo de séculos. Do ouro lado, uma das marcas registradas do ser humano é a capacidade de andar ao redor do planeta. E com o aperfeiçoamento da economia e da tecnologia essa marca fica cada vez mais acentuada.

O problema é que as populações que estão imigrando para o Ocidente não aceitam o estilo de vida ocidental e, o pior, vêem os valores ocidentais como, por exemplo, a liberdade de pensamento e a democracia, como pura decadência fruto do secularismo e do ateísmo dominante no Ocidente.

A questão é dramática. De um lado, têm-se os países ocidentais (cheios de riqueza e tecnologia, mergulhados no secularismo e no ateísmo) com uma rígida política de controle da natalidade, a qual estimula as pessoas a não terem filhos ou então terem apenas um filho. Com isso os países do Ocidente estão correndo o risco de virarem um deserto populacional. Do outro lado, têm-se os países do terceiro mundo, especialmente os países mulçumanos. Estes países possuem altas taxas de natalidade. E ainda por cima os países mulçumanos estão utilizando o crescimento populacional como arma para vencer, destruir e dominar a cultura e os valores ocidentais.

A solução que Maurício Horta apresenta enquadra-se dentro do que atualmente chama-se de relativismo cultural. Em suas palavras: “A saída mais clara para os países que vão enfrentar migrações em massa não é um contra-ataque demográfico nessa linha, mas o entendimento. Isso significa deixar de lado laços de sangue e abraçar a assimilação cultural” (Super Interessante, março de 2009, p. 24).

A dois sérios problemas com a política do relativismo cultural, da assimilação cultural.

O primeiro é que países ocidentais com uma população majoritariamente idosa e vivendo o fenômeno do deserto populacional não possuem – e não possuirão – nenhuma condição de assimilar qualquer tipo de população imigrante. Pelo contrário será facilmente assimilado por essa população. Uma multidão de árabes mulçumanos jovens facilmente assimilará e até pode engolir a população idosa de um país ocidental ou – mais fácil ainda – ocupar o deserto populacional criado pelo rígido controle da natalidade.

O segundo é que as populações imigrantes não desejam serem assimiladas ou vêem com maus olhos a cultura ocidental. Cultura essa que é marcada pela democracia, pela liberdade de pensamento e pelo secularismo. O que as populações imigrantes desejam, especialmente os mulçumanos, é implantar no Ocidente seu estilo de vida e sua cultura. Atualmente está na moda falar da imigração para os países ocidentais. Entretanto, pouco ou quase nada se fala dos problemas e das tensões sociais e políticas que essa imigração pode trazer. Alguém já imaginou, por exemplo, a França ou a Inglaterra com uma população de maioria mulçumana? Os mulçumanos vêem a democracia como decadência cultural. Eles são contra a liberdade de pensamento e a liberdade religiosa. A comunidade islâmica na Europa deseja abertamente implantar um Estado islâmico guiado unicamente pelas leis do Alcorão. Se isto acontecer representará na prática o fim da cultura ocidental tal qual nós a conhecemos atualmente.

Obviamente que uma população de um país, por questões diversas, pode livremente escolher em não ter filhos e, por conseguinte, desaparecer. E com isso abrir espaço para que o território desse país seja conquistado e colonizado por outros povos, inclusive pelos mulçumanos. Entretanto, até o presente momento nenhum país no Ocidente realizou uma votação, um plebiscito, para decidir se este país será extinto pela falta de população causada pelo rígido controle da natalidade.

Diante do quadro apresentado afirma-se que é tempo de se (re)pensar a rígida política de controle da natalidade que praticamente proibi as pessoas de terem filhos nos países do Ocidente.

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