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abril 04, 2012

Construindo identidades nos Grupos Sociais-

SOCIOLOGIA:

Construindo identidades nos Grupos Sociais-       


A Sociologia do conhecimento divide-se em duas subdisciplinas da Sociologia que levam o mesmo nome. A primeira delas surgiu na Alemanha dos anos da década de 1920, introduzida por figuras como Max Scheler e, principalmente, Karl Mannheim é correlata à História das Idéias ou próximo do que se pode entender por uma Sociologia dos Intelectuais. A segunda, parte da Sociologia Fenomenológica, iniciada por Alfred Schütz, sendo desenvolvida por Peter L. Berger e Thomas Luckmann

Sociologia do Conhecimento

Concebida como o estudo das condições sociais de produção de conhecimento. Seu enfoque abarca as relações sociais envolvidas na produção do conhecimento. O objeto desse tipo de sociologia não se confunde os da teoria do conhecimento ou epistemologia. É a gênese do conhecimento intelectual e dos usos no ambiente social. Assim, consideram-se outros fatores determinantes da produção de conhecimento que não os consciência puramente teórica, mas também de elementos de natureza não teórica, provenientes da vida social e das influências e vontades a que o indivíduo está sujeito.

A influência de tais fatores é de grande importância e sua investigação é objeto da Sociologia do Conhecimento. Esta formulação teórica tem em vista que cada período histórico da humanidade é dominantemente influenciado por certo tipo de pensamento ou de formulações teóricas tidas como relevantes. Em cada momento histórico tendências conflitantes, apontando tanto para a conservação da ordem quanto para a sua transformação, surgiriam em vista dos interesses políticos, ideológicos dos agentes envoltos na prática da produção do conhecimento.

A Sociologia do Conhecimento, tal como definida acima, difere da Teoria do Conhecimento pelo fato de que a esta última debruça-se sobre os problemas comuns a todas as áreas do conhecimento científico preocupando-se não com sua "gênese social". Ao contrário, a Teoria do Conhecimento está envolvida no desenvolvimento do conhecimento científico num nível meta-teórico, confundindo-se, pois, com a Metodologia das Ciências no seu sentido forte: a fundamentação de teorias. As obras de autores como Karl Popper e Thomas Kuhn são exemplares a esse respeito. Thomas Kuhn, entretanto, está no limiar entre a pesquisa metodológica de fundamentação de teorias e a sociologia do conhecimento. Sua principal obra, a Estrutura das revoluções científicas, versa sobre problemas típicos da Metodologia e Epistemologia científicas ao mesmo tempo em que considera o papel dos mecanismos e processos tipicamente sociais que estão no seu cerne. Parte da premissa que a prática da ciência é também uma prática social e, portanto, histórica, residindo nisto a sua proximidade com a sub-disciplina da Sociologia do conhecimento. A Obra de Kuhn é, porém, mais próxima da sociologia da ciência, enquanto que a de Popper está mais próxima de Metodologia e Epistemologia da Ciência.

O que é Bom Senso e Senso Comum?

Senso Comum: Um exemplo, de senso comum, são os ditos populares, eles são transmitidos verbalmente, de pessoa para pessoa, de geração para geração, sem nenhuma reflexão. Seria um pensamento popular, sobre um tema... Outro exemplo, são aquelas receitas para o tratamento de doenças.
Bom Senso: É o conhecimento, oriundo do senso comum, só que ele é refletido e internalizado de acordo com o que o individuo acha melhor para ele. Por exemplo, a história de que não pode colocar o pé no chão por que dá cólica ou ataca a garganta, cabe a cada um se incorpora ou não, este costume.
Sabedoria: Na verdade, é um conceito muito mais amplo. Sabedoria de modo geral, é a forma como você reflete e interpreta aquilo que acontece ao seu redor. É o conjunto de conhecimentos, experiências, observações que você adquire ao longo da vida. É todo o conjunto, de informações que você detém. Sabedoria é mais amplo do que inteligência, do que conhecimento do que habilidade, por que está ligado também a nossas atitudes e a forma como nos portamos no mundo.



Grupos sociais e construção de identidades

Conceituando o termo “Identidade”

 Ao pensarmos “Identidade” somos remetidos quase que imediatamente ao RG, nosso registro civil, que possuí um número para nos identificar e uma série de outras informações que nos tornam “reconhecíveis” para o “sistema”, aos olhos da lei, para questões burocráticas etc. Nele constam nossa naturalidade indicando em que estado nascemos, nacionalidade, indicando nosso país, filiação e data de nascimento; contudo o termo “Identidade” tem um significado muito mais complexo e abrangente, afinal não podemos ser resumidos apenas  em um número. Para Jurandir Freire Costa (1989), “(…)a identidade é tudo que se vivencia (sente, enuncia) como sendo eu, por ocasião àquilo que se percebe ou anuncia como não-eu (aquilo que é meu; aquilo que é outro) (…) “a identidade não é uma experiência uniforme, pois é formulada por sistemas de representações diversos. Cada um destes sistemas corresponde ao modo como o sujeito se atrela ao universo sócio-cultural. Existe assim, uma identidade social, étnica, religiosa, de classe; profissional, etc.”

Nós não nascemos já com uma identidade pronta, aliás segundo o filósofo Henri Bergson construímos o nosso “eu” todos os dias, ou seja, desde a mais tenra infância vamos nos construindo como indivíduos únicos, esse processo nunca acaba, iremos construir e reconstruir nossas identidades ao longo da vida. O indivíduo nunca a constrói sozinho: depende tanto dos julgamentos dos outros como das suas próprias orientações e auto definições. A identidade é um produto de sucessivas socializações. (DUBAR, Claude. A Socialização Construção das Identidades Sociais. Porto Editora. Lisboa. Portugal. 1997)

 A “sociedade humana” é formada por pessoas que têm necessidade uma das outras para continuarem a espécie, buscarem seus objetivos, e sobreviverem. É uma imensa corrente que permite que o ser humano nasça, cresça e viva. O homem é um animal social, pois tende a se agrupar através de propósitos, gostos, preocupações e costumes em comum com outros indivíduos, e assim formamos os chamados grupos sociais que, para a sociologia, aparecem enquanto um sistema de relações e de interações recorrentes entre pessoas.

            Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa, ou seja o sentimento de “pertencimento” ou “identificação”. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano passou a organizar os grupos sociais.

Grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva, se diferem quanto ao grau de contato de seus membros, e pode ser definido como uma reunião de pessoas, interagindo umas com as outras, e por isso capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum compartilham os mesmos interesses, portanto partilham ideias.

Principais grupos sociais:

Grupo familiar – família;

Grupo vicinal – vizinhança;

Grupo educativo – escola, universidade, curso etc.;

Grupo religioso – igreja;

Grupo de lazer – clube,etc;

Grupo profissional – empresa, etc;

Grupo político – Estado, partidos políticos;



Características de um grupo social:

Pluralidade de indivíduos – há sempre mais de um indivíduo no grupo; Interação social – os indivíduos comunicam-se uns com os outros; Organização – todo grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna; Objetividade e exterioridade – quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo; Objetivo comum – união do grupo para atingir os mesmos objetivos; Consciência de grupo ou pertencimento (sentimento de “nós”) – compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Continuidade – é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

Classificação dos grupos sociais:

-Grupos primários – predominam os contatos primários, mais pessoais e diretos, como a família, os vizinhos, etc.

-Grupos secundários – são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta, mas sem intimidade ou de maneira indireta como emails, telegramas, telefonemas, etc.

-Grupos intermediários – são aqueles que se alternam e se complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.

Outras formas de agrupamentos sociais são:

Agregados sociais: é uma reunião de pessoas que mantém entre si o mínimo de comunicação e de relações sociais. Podemos destacar a multidão, o público, e a massa.

Características da multidão:

-FALTA DE ORGANIZAÇÃO: não possui um conjunto de normas.

-ANONIMATO: não importa quem faz parte da multidão, a identidade.

-OBJETIVOS COMUNS: os interesses, as emoções, e os atos têm o mesmo sentido.

-INDIFERENCIAÇÃO: todos são iguais perante a multidão, não há espaço para manifestar as diferenças individuais.

-PROXIMIDADE FÍSICA: os componentes da multidão ficam em contato direto e temporário uns dos outros.

Público: é um agrupamento de indivíduos que seguem os mesmos estímulos. Não se baseia no contato físico, mas na comunicação recebida através dos diversos meios de comunicação. Ex: indivíduos assistindo a um jogo – todos que estão juntos recebem o mesmo estímulo - a reunião é ocasional.

Opinião pública: modo de pensar, agir, e sentir de um público.

Massa: é formada por indivíduos que recebem opiniões formadas através dos meios de comunicação de massa.

Diferença entre público e massa: Público – recebe a opinião e pode opinar.

Massa – predomina a comunicação transmitida pelos meios de comunicação de massa.



Toda a sociedade tem uma série de forças que mantém os grupos sociais. As principais são a liderança, as normas e sanções sociais, os valores sociais e os símbolos sociais.

Liderança: é a ação exercida por um líder, aquele que dirige o grupo. A dois tipos: Liderança institucional - autoridade varia de acordo com a posição social ou do cargo que o indivíduo ocupa no grupo. Ex: Diretor de uma fabrica. Liderança pessoal – autoridade varia das qualidades pessoais do líder (inteligência, poder de comunicação, carisma, atitudes). Ex: Getulio Vargas, Adolf Hitler, etc.

Normas sociais: regras de conduta de uma sociedade, que controlam e orientam o comportamento das pessoas. Indica o que é “permitido” e o que é “proibido”.

Sanção social: é uma recompensa ou uma punição que o grupo determina para os indivíduos de acordo com o seu comportamento social. É aprovativa quando vem sob a forma de aceitação, aplausos, honras, promoções. É reprovativa quando vem sob a forma de punição imposta ao indivíduo que desobedece a alguma norma social. Ex: insulto, zombaria, prisão, pena de morte.

Valores sociais: variam no espaço e no tempo, em função de cada época, geração e cada sociedade, ou seja são temporais, podemos dizer que valores sociais podem ser análogos a moral, por exemplo, cada período da história tem um conjunto de valores sociais que formam a moral vigente da época. Ex: o que é bonito para os jovens nem sempre é aceito pelos mais velhos. As roupas, os cabelos, modo de dançar, as idéias, o comportamento, enfim, entram em choque com os valores sociais já estabelecidos e cultivados por seus pais, criando uma certa tensão entre jovens e adultos.

Símbolos:  algo cujo valor e significado lhe é atribuído pelas pessoas que o utilizam. Ex: a aliança que simboliza a união de casais.A linguagem é um conjunto de símbolos. Podemos dizer que todo o comportamento humano é simbólico e todo o comportamento simbólico é humano, já que a utilização de símbolos é exclusiva do homem.

          Sistema de status e papéis: A posição ocupada por um indivíduo no grupo social denomina-se status social.

Status social: implica direitos, deveres, prestígio, e até privilégios, conforme o valor social conferido a cada posição. Dependendo de como o indivíduo obtém seu status pode ser classificado como:

Status atribuído: não é escolhido pelo indivíduo, e não depende de si próprio. Ex; irmão caçula, filho de operário, irmã mais velha.

Status adquirido: depende das qualidades pessoais do indivíduo, de sua capacidade, e habilidade. São status adquiridos através de anos de luta e competição, supõe a vitória sobre os rivais. A pessoa demonstra superioridade. Ex: classe alta.

Papel social: são comportamentos que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado status social.Corresponde às tarefas e obrigações atribuídas de acordo com o status do indivíduo.



Estrutura e organização social

Estrutura social: é a totalidade dos status existentes num determinado grupo social ou numa sociedade.

Organização social: é o conjunto de todas as ações que são realizadas quando os membros de um grupo desempenham seus papeis sociais.

Assim, enquanto a estrutura social da a ideia de algo estático, que simplesmente existe, a organização social dá a ideia de uma coisa que acontece. A estrutura social se refere a um grupo de partes – ex: reunião de indivíduos – enquanto a organização social se refere às relações que se estabelecem entre essas partes. Quanto mais complexa a sociedade, mais complexa e maior será a sua estrutura e organização social.Tanto a estrutura quanto a organização social não permanecem sempre iguais. Elas podem passar, e passam com frequência, por um processo de mudança social.



Atividade I

a-Disserte acerca dos grupos sociais que você conhece e faz parte e faça uma “autodefinição”.

b-Pesquise: Quais são os Valores, normas e sanções sociais vigentes em nossa sociedade.

c-Pesquise: O que é moral.


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